A transição energética já é realidade em diversos setores industriais, e a mineração não é exceção. A Vale, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, por exemplo, tem investido para viabilizar uma mineração de baixo carbono. As ações passam pelo desenvolvimento de produtos e tecnologias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, testes com locomotivas de pátio e caminhões de pequeno porte elétricos, além de estudos com fontes alternativas de combustíveis, como amônia, etanol e biodiesel.
Na 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), a Vale coordenará um painel sobre o papel do setor empresarial brasileiro na transição energética rumo a uma economia de baixo carbono. No encontro, serão discutidas ações das empresas, compartilhadas experiências e reforçada a importância das parcerias multissetoriais. A Vale apresentará a sua estratégia, os desafios e as oportunidades para a empresa no cenário de transição energética, além do papel dos combustíveis renováveis nesse processo.
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A gerente de Mudanças Climáticas da Vale, Vivian MickNight, diz que estão sendo adotadas medidas para contribuir com toda a cadeia de valor, tornando o negócio resiliente aos efeitos das mudanças climáticas e contribuindo para uma transição justa.
Um dos destaques é a criação de alternativas para os processos minerais e metalúrgicos, grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
“A Vale produziu, pela primeira vez, em escala industrial, uma pelota de minério de ferro com qualidade comercial sem o uso de carvão antracito [elemento de filtração de origem mineral]. O teste, realizado em março de 2023, substituiu 100% do combustível fóssil por biocarbono [produto renovável, obtido por meio da carbonização de biomassa] no processo de queima da pelota”, explica.
O briquete de minério de ferro é outro exemplo de como a empresa está buscando diminuir suas emissões nos processos industriais. “Ele está incluído na estratégia da Vale de reduzir em 15% suas emissões relativas à cadeia de valor até 2035. A operação da primeira planta de briquete na Unidade Tubarão [localizada em Vitória (ES)] está prevista para ocorrer ainda este ano e a segunda planta no início de 2024. As duas unidades terão capacidade para produzir 6 milhões de toneladas por ano”.
A utilização de fontes de energia limpas e renováveis também faz parte das estratégias de redução das emissões. Em julho deste ano, o complexo em Jaíba (MG), responsável por 16% da energia consumida pela Vale no Brasil, atingiu a capacidade máxima de produção com a implementação da energia solar.
“Trata-se de um investimento de US$ 590 milhões e é um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com produção equivalente ao consumo de uma cidade com 800 mil habitantes”, detalha MickNight.
Parcerias estratégicas
Para atingir as metas de descarbonização, a Vale tem estabelecido parcerias estratégicas mundo afora. Já foram assinados acordos com mais de 50 empresas de vários países para o desenvolvimento de soluções na produção de aço e de complexos industriais no Brasil e na América do Norte.
Quanto aos combustíveis alternativos, um dos exemplos é o acordo com a Wabtec, empresa de soluções em transporte, com foco no desenvolvimento de um motor de locomotiva movido a amônia. MickNight ressalta que as iniciativas voltadas para a descarbonização demandam o desenvolvimento e a maturidade de tecnologias, bem como investimentos, em virtude do alto custo de conversão/substituição.
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