Com o uso e o avanço da tecnologia o homem passa a moldar objetos e transformá-los a fim de melhorar a qualidade de vida e o seu desempenho profissional. É por isso que vemos tantos produtos inovadores chegando ao mercado de trabalho. Exemplo disso é o caso do “Pneumacio”, o pneu para carrinho de mão utilizado na construção civil que não fura. O projeto foi desenvolvido pelo empresário Neto Porto, da RHPE Indústria de Artefatos de Borracha Eireli e Grupo Force em parceria com o SENAI Paraíba.
A finalidade principal do projeto é propor uma solução sustentável e inovadora para o descarte de resíduos de borracha, oriundos da indústria de calçados, os quais iriam para o meio ambiente. O “Pneumacio” tem baixo atrito, não fura e será fabricado com material 100% reciclado, sustentável, com expectativa de durabilidade três vezes maior do que o tradicional.
“A quantidade de pneus furados descartados, sem ter uma reutilização, anualmente é enorme. Entendi que algo teria que ser feito para suprir essa lacuna na construção civil com o preço muito competitivo e ecologicamente correto. Com ele, resolvo o problema ambiental da construção civil e das outras aplicabilidades que ele tem e ainda tenho um produto novo para trabalhar”, diz o empresário Neto Porto.
A ajuda para desenvolver o produto veio através da aprovação em nível nacional no Edital de Inovação para a Indústria, do SENAI/SESI/Sebrae, de 2016/2017. O “Pneumacio” foi trabalhado com o apoio das equipes do Centro de Inovação e Tecnologia Industrial – CITI, Instituto SENAI de Tecnologia do Couro e Calçado e Laboratório Aberto. Um trabalho que exigiu a fabricação de equipamentos para um produto que ainda não existia.
“Desenvolvemos do zero até produto final. Foi desde a modelagem, criação do design, validação e até a fabricação de equipamentos destinados a confecção desse produto, já que era algo que não existia no mercado. Tivemos que pensar e projetar esse produto”, revela Leonel França Bezerra, supervisor de área do SENAI-PB.
Neto atualmente acompanha a evolução e a fase final de acertos no design. Ele participou diariamente do processo no SENAI e viu o cuidado dos técnicos com a sua ideia. “O tempo do empreendedor é corrido, se não tivesse a equipe do SENAI trabalhando junto a mim para que o projeto saísse do papel, eu não teria tempo suficiente para desenvolvê-lo. Antes, o que poderia levar dez anos, com essa ajuda, ficou pronto em dois anos. Sem o SENAI, não teria como isso acontecer.”
A RHPE e o Grupo Force, em breve, colocarão no mercado um pneu que além de ter alta durabilidade, possui solução sustentável, exige menor esforço físico do operador do carro de mão e com um preço abaixo do líder de mercado de pneus comuns (com câmara de ar).
O sentimento do empresário é de orgulho e gratidão após ver seu projeto testado e pronto para seguir para o mercado. “É como montar um quebra-cabeça; no início, era um monte de peças espalhadas e se juntaram várias pessoas para encaixar tudo aquilo. Nós, de Campina Grande, temos potencial de criar, fazer e implantar tecnologia para chegar longe. O maior legado do projeto é despertar esse valor que cada um tem”, ressalta Neto Porto.
Texto/Colaboração: José Pedro Silva