Capital humano é um dos bens mais preciosos que uma empresa pode ter. Diante do desafio de formar pessoas com as habilidades técnicas e socioemocionais necessárias para lidar com um mundo em transformação, a pergunta de um milhão de dólares é: como garantir que o jovem de hoje seja o profissional ideal do futuro?
Se você ainda não conhece a robótica educacional, saiba que ela é um caminho. Para mostrar aos empresários como a combinação de tecnologia, inovação, mecânica e competição saudável pode contribuir com essa missão, o Serviço Social da Indústria (SESI) levou a FIRST Tech Challenge (FTC) para o 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria.
A modalidade, em que estudantes do ensino médio projetam, constroem, programam e pilotam um robô de até 19 kg, chamou atenção de uma plateia diversa, entre curiosos que nunca ouviram falar da competição e entusiastas que conhecem e apoiam a prática em sala de aula.
Brahim Neto, da QualityStorm, empresa de tecnologia que oferece soluções para a indústria, não conhecia a competição nesse formato. “É muito interessante o robô ter uma parte autônoma, que a gente sabe que, na prática, tem suas limitações, e a parte teleoperada, que em coisas pequenas e sensíveis não é tão simples como a gente acha. Mais fantástico ainda que são alunos do ensino médio, fiquei orgulhoso de ver essa molecada”, disse.
A jornalista Glenda Kozlowski e o narrador e especialista na modalidade Rafael Quadros tocaram a abertura e as primeiras disputas de alianças da edição especial do torneio na tarde desta quarta-feira (9).
“É muito legal ver adolescentes contando que tiveram suas vidas transformadas, que foram para fora competir representando o Brasil. Só de ter essa experiência… É o resultado de se investir em educação e na juventude”, defendeu Glenda.
Grandes e pequenas empresas patrocinam e oferecem serviços às equipes
Indústrias de diferentes setores já perceberam que se aproximar desse universo é não só um investimento na nova geração e no futuro do país, como também a oportunidade de atrelar a marca a projetos educacionais e sociais.
Isso porque os competidores de FTC fazem a gestão da equipe como a de uma empresa e precisam ter plano de negócio e de sustentabilidade, além de ações sociais. Em outros países, as equipes são inclusive um banco de talentos.
De Sousa, na Paraíba (PB), a Robossauros conquistou parcerias importantes desde que começou no FTC, em 2019. Além da cota de patrocínio da Isis, indústria local presente em toda a região Nordeste, eles contam com a Phaser Studio para serviços de impressão 3D e a Mundo Doce para cortes a laser. Outras empresas parceiras são a FAFIC e a Diluvian.
“A gente chega na empresa, vê quando eles têm disponibilidade, marca a reunião e faz a apresentação, mostrando quem é a equipe, os eventos que participamos, como podemos divulgá-los e o que podemos oferecer”, conta Mônica Vitória, integrante da equipe.
Como no Congresso de Inovação, os próprios robôs entram em ação na hora de fazer os olhos dos empresários brilharem. Com a Isis, eles chegaram a montar um protótipo de robô que servia o produto da empresa, do setor de laticínios. Segundo o técnico, Francisco Erberto, neste ano, eles estão pensando em uma forma mais ativa de contrapartida, como uma oficina de robótica para os filhos dos colaboradores.
Gigantes por trás dos campeões
Com patrocínio da John Deere e da Fanta desde a temporada 2020, a Geartech Canaã acumula uma série de títulos, como o de campeã mundial no torneio da Austrália no ano passado e tricampeã brasileira. Ambas as companhias acompanham de perto as atividades da equipe
“Visitamos a indústria da Fanta, em Trindade, e eles nos dão refrigerante para eventos na escola e doações. Com a John Deere, temos encontros mensais on-line e visitas no centro de treinamento do SENAI na nossa cidade. E estamos em constante busca. Já entramos em contato com uma marca internacional de roupa esportiva para o uniforme”, conta o estudante Gabriel Craveiro.