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Paraíba

Museologia e Cultura Digital: mesa-redonda do SESI Museu Digital debate sobre a construção da memória com o uso das tecnologias

Por Coordenação de Comunicação - Publicado 19 de maio de 2022

O evento recebeu diversos especialistas para debater sobre o assunto, nesta quarta-feira, 18.


Na noite desta quarta-feira, 18, o SESI Museu Digital realizou um debate sobre a relação entre cultura digital e a construção da memória, em comemoração ao Dia Internacional do Museu. O evento foi realizado no espaço do próprio museu, às margens do Açude Velho, e recebeu convidados presencialmente e de forma remota.  

O debate, mediado pelo pesquisador em Arte Computacional e consultor em soluções digitais e audiovisuais do museu, Reinaldo Toscano, recebeu nomes como Chico Pereira, o coordenador da implantação do Museu da História da Paraíba no Palácio da Redenção, em João Pessoa, Sabrina Melo, historiadora e museóloga, e Ida Steinmuller, fundadora e presidente de honra do Instituto Histórico de Campina Grande, Ida Steinmuller. Pablo Gobira, especialista em preservação digital e escritor do livro “A memória do digital e outras questões das artes e museologia”, e Ed Porto, professor do Programa de Pós-Graduação em Computação, Comunicação e Artes da Universidade Federal da Paraíba, participaram de maneira remota. 

A temática do evento se dá pela importância do debate sobre a construção da memória em um momento onde as tecnologias são a base de tudo. Falar sobre cultura digital na museologia é trabalhar a possibilidade da utilização das ferramentas disponíveis para contar a história ou mostrar uma peça de arte. 

Reinaldo Toscano, mediador da mesa-redonda, explica que essa relação entre a tecnologia e a museologia vem desde o surgimento desses espaços, mas que as tecnologias digitais têm dado ainda mais possibilidades. “Essas relações vêm de muito tempo atrás. Na verdade, desde que os museus passaram a existir, elas já começaram a se estabelecer. Hoje com as tecnologias digitais há muito mais possibilidades de experiência e de imersão dos visitantes, no sentido de oferecer um maior contato com aquele artefato e com aquela história que ele está ali conhecendo. Existem inúmeras possibilidades de representação, como por exemplo, através da realidade virtual, onde você consegue entrar em uma atmosfera totalmente diferente daquela onde você se encontrar presencialmente, através de hologramas e projeções”, explicou o consultor em soluções digitais e audiovisuais do museu.

A Museologia se dedica à conservação e exposição de tudo aquilo que tenha valor histórico, artístico e cultural de um povo. Nesse sentido, os museus, que ao longo tempo, precisaram passar por diversas transformações para se adaptar, se tornaram importantes espaços não só de memória, mas também de aprendizado. 

Chico Pereira, que também é ex-diretor do Museu Assis Chateaubriand e do Museu de Arte Popular da Paraíba, ressalta que “todo o processo historiográfico hoje vai muito além do escrito, do impresso e do que está ali exposto''.

“Hoje a história está na internet e qualquer pessoa pode acessar o celular e ter a história do mundo, a história do homem ou a história da cultura em mãos. Então, os museus estão correndo atrás do prejuízo. Hoje você está no interior da Paraíba e quer ir ao Louvre, você vai no celular e consegue entrar no museu através da internet. Não é mais necessário ir à França como se fazia até certo tempo atrás para se ter acesso à realidade museológica da história, das artes e das tecnologias, agora você tem isso em mãos. O que os museus estão fazendo atualmente? Estão correndo atrás de se adaptarem a essas novas tecnologias e incorporando essas novas mídias ao seu processo expositivo e museológico. Então podemos dizer sem medo, os museus antigos estão se transformando em museus digitais, e que os museus novos já estão nascendo totalmente digitalizados”, disse. 

Atualmente, com tantas inovações, os museus têm se reinventado. O SESI Museu Digital surgiu do conceito de uma sociedade cada vez mais visual e conectada. Pensado como uma inovação na área da museologia, o espaço alia a história da cidade de Campina Grande à tecnologia a partir de suas ferramentas que contam toda trajetória do município de forma interativa, dando ao visitante a oportunidade de conhecer a cidade a partir de uma experiência imersiva e sensorial. 

Desde 2017, quando foi inaugurado, o SESI Museu Digital se tornou referência nacional e internacional em inovação e tecnologia, sendo uma viagem no tempo pelos ciclos históricos campinenses. Reflexo desse sucesso, são as inúmeras visitas que a estrutura tem recebido durante todos os anos por outras instituições que buscam inspirações para suas próprias construções.


“O projeto do SESI Museu Digital é multifacetado porque conta a história de uma cidade através da inclusão das tecnologias digitais.  A gente sabe que existem museus de diversas categorias e o SESI Museu Digital tem esse diferencial que hoje já serve de referência para alguns outros museus que estão por vir. A gente tem recebido cotidianamente várias equipes e várias comitivas de outros estados e outras regiões para repassar conhecimento e eu acho que isso é fundamental não só para história do nosso museu, mas também pro desenvolvimento museológico no cenário nacional”, Reinaldo Toscano, pesquisador em Arte Computacional e consultor em soluções digitais e audiovisuais.


Texto/Colaboração: Igor Batista

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