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Projeto Relix estreia exposição em homenagem a catadoras em viaduto de João Pessoa

Por Ascom Projeto Relix - Publicado 21 de setembro de 2018

A exposição é um reconhecimento às mulheres

O projeto Relix, que discute sustentabilidade por meio da educação, arte e tecnologia, faz algo inédito de todas as suas edições: uma intervenção artística em um viaduto. Com intuito de ressignificar um dos símbolos sociais de local de moradia de pessoas em situação de rua, o projeto com o apoio do SESI leva ao viaduto por trás do Theatro Santa Roza uma grande homenagem a catadoras de resíduos sólidos por meio da Exposição RELIXX - A Força Cromossômica Feminina Por Uma Vida Sustentável.


A exposição, que abre ao público no dia 25/09 (terça), é um reconhecimento às mulheres, que são maioria neste meio, em seu dia a dia voltado para a sustentabilidade. Se XX é o par de cromossomos característico da maioria das mulheres, a exposição faz homenagem ao gênero e não poderia terminar com um X apenas. “Se o concretista escreveu LIXO com a repetição do LUXO, essas mulheres escreveram LUXO com a repetição do que encontraram no LIXO.


Quando o Relix surgiu, uma das inquietações era retirar da invisibilidade social mulheres fortes e tão importante para a cadeia sustentável do nosso estado: catadoras cheias de histórias e sonhos, mas que vivem uma realidade tão bruta para sustentarem suas famílias.” observa Lina Rosa Vieira, idealizadora do Relix, da exposição e que também assina os textos da montagem. As fotografias são dos renomados Beto Figueiroa e Helder Ferrer, ambos pernambucanos.


São 11 personagens que compõem a exposição, junto com suas histórias de luta, sempre amparadas pela coleta seletiva. Mulheres como Ada, 27 anos, que chegou ao lixão bebê, junto com a mãe Silvania. Moram na mesma casa e criam a família juntas do sustento do lixão. O pai está preso e a energia da casa é forte e feminina. É vaidosa e tem orgulho do que acha e recicla. “Adoro minhas pratas, não vendo nadinha. Às vezes a gente achava tudo organizadinho, dentro de uma bolsinha, parece que a pessoa já botava no lixo pra alguém achar mesmo.” Também como Ijanete, que depois que o Relix passou por Maceió, ficou cada vez mais empoderada e, de catadora independente, virou associada de uma cooperativa e melhorou seu ofício. “Eu catava latinhas na rua, com as crianças, pra sobreviver. Hoje, é meu sustento e tenho muito orgulho do meu trabalho.”


Além da exposição, o Theatro Santa Roza também recebe o Espetaculix, peça original do projeto, no dia 26/09 (quarta), em três apresentações abertas ao público: 09h, 15h e 19h. Na plateia, alunos da rede de ensino pública e do Sesi, catadores e suas famílias e ONGs e instituições ligadas à sustentabilidade e direitos humanos. Em cena, teatro de formas animadas, seis atores e muita música para contar de forma lúdica e educativa uma história sobre pessoas comuns que se tornam heróis da sustentabilidade, despertando o interesse das crianças e jovens pelo tema.


RELIX PB - O Relix conclui na agenda do projeto, que segue até outubro no Estado, o total de 115 apresentações do Espetaculix em escolas e indústrias, distribuição de 35 mil quadrinholix, cartilha com dicas de sustentabilidade - ilustrada pelo artista paraibano Shiko, e 50 conjuntos de lixeiras seletivas entregues às escolas. Além disso, a edição vai doar 20 Ciclolix, ecobicicletas coletoras, para cooperativas e associações de catadores.


“O apoio do SESI ao projeto Relix reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento e a sustentabilidade. Para nós, a indústria e a sociedade necessitam estar cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade, em se tratando das questões econômicas, sociais e ambientais, que contribuirá para a competitividade neste mundo global. Através do Projeto Relix, o SESI participa e apoia o desenvolvimento de inúmeras ações no fortalecimento deste conceito com a perspectiva de futuro melhor para todos, especialmente para a indústria", disse Sérgio Antonio Alencar Guimarães, Superintendente do SESI/PB.


O projeto reserva surpresas e lançamentos para a população da Paraíba durante seus três meses de atividades (segue até outubro de 2018). O artista plástico paraibano Shiko, que também ilustrou as cartilhas do projeto, vai projetar 5 painéis em bairros diferentes de João Pessoa, abordando os 5 R’s da sustentabilidade: repense, reduza, recuse, reutilize, recicle. Também será adaptado para o Estado o Aplicativolix, app do projeto que traz a lista de pontos de reciclagem mais próximos e contatos de catadores e associações, que podem contribuir no processo de reciclagem dos moradores.


O projeto também vai realizar a sua apoteose, dia 14 de outubro, e ocupar espaços verdes e patrimônios públicos como o Parque da Lagoa- Solon de Lucena, com apresentações do espetáculo, entrega das bicicletas e também apresentação de nova exposição com catadoras do Estado. 


RELIX - A iniciativa multidisciplinar e orgânica, integrada com arte, música, teatro, fotografia, mobilidade, educação ambiental, redes sociais, tecnologia e direitos humanos, circula até fevereiro por todo o Estado para alertar sobre a problemática do lixo. O Relix se posiciona como um ponto de partida para repensarmos a maneira que lidamos com lixo, não só no âmbito coletivo, mas no comportamento do indivíduo. Cada pessoa, comunidade ou indústria pode e deve ser sensibilizada para se integrar como agente de reestruturação. Numa referência ao lixo em latim (lix, significado de cinzas), Relix é Recusar, Repensar, Reciclar, Reduzir e Reutilizar o lixo.


Ressignificar transformando o conceito de lixo por meio da arte, relíquias. Para provocar mudanças de comportamento que conduzam a resultados mais eficientes e confirmem o estabelecimento da nova e necessária tendência ao lixo zero (ainda distante, mas é preciso começar). A cada performance cultural, com público formado por estudantes ou trabalhadores da indústria, se constrói uma nova consciência ambiental, na nossa casa, mas também na rua, trabalho, cidade.

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