Por dois anos as escolas ficaram vazias e os professores transformaram suas residências em salas de aula, enquanto alunos enfrentavam uma realidade de aprendizagem adversa. Porém, após todas as adversidades enfrentadas pelo ensino na pandemia, a Escola SESI Paraíba retomou, este ano, as aulas presenciais para alunos do ensino fundamental II e do ensino médio.
Esse retorno segue todas as medidas de proteção contra a Covid-19 estabelecidas pelo Plano de Educação Para Todos em Tempos de Pandemia (PET-PB). De acordo com o professor, Helder Alves, a escola está atuando no formato híbrido “onde os alunos são orientados que a qualquer sintoma gripal dele ou de algum familiar, deve ficar em casa assistindo as aulas que são transmitidas via Google Meet”, explicou. Dentro da escola também existem orientações para que os alunos evitem aglomerações e não compartilhem objetos pessoais, além da disponibilidade de álcool em todos os ambientes comuns e uma disposição das cadeiras, em sala de aula, com distanciamento.
Durante os dois anos de ensino remoto, foram várias as estratégias criadas para levar ao aluno o melhor e fazer com que ele tivesse uma aprendizagem de qualidade, ainda que em um formato até então não habitual. Foi um grande desafio, tanto para eles quanto para os professores, que precisaram transformar suas casas em salas de aula, como foi o caso de Helder.
“Foi um grande desafio, porque no intervalo de dois dias nós saímos de um formato presencial, que era o que estávamos acostumados e entramos em uma jornada intensiva para aprender sobre a utilização de plataformas para repassar esse conteúdo aos alunos. Éramos professores de sala de aula presencial e viramos professores virtuais, e tivemos que nos adequar com essas tecnologias na educação. Eu, particularmente, montei um quarto em casa e transformei numa sala de aula, comprei um quadro, coloquei uma mesa, uma webcam e uma iluminação, porque eu gosto de fazer esquema e montar um mapa conceitual no quadro. Então eu percebi que depois disso, porque até então eu estava usando muito slide, houve uma maior interação, tinha aquela mesma energia de uma sala de aula, então montar essa estrutura em casa de quadro simulou muito a prática do presencial e ajudou bastante”, explicou o professor.
Para os estudantes do ensino médio, como Maria Eduarda Nunes e Andry Kauã, a maior expectativa com a retomada de aulas é a utilização dos laboratórios e a realização das atividades práticas que tanto fizeram falta durante o ensino remoto. “Espero que as aulas não sejam focadas só em teorias, mas que tenham mais práticas. Quero que tenhamos acesso a outras salas, como os laboratórios, a sala de matemática ou a sala de informática”, afirmou Andry.
Outro fator que fez falta para os alunos e professores foi a interação. Com as plataformas de transmissão, o estudante tinha a opção de não ligar a câmera e isso dava a ele a “liberdade” de estar ou não presente na aula. Segundo o professor Helder Alves, foram necessárias estratégias para chamar a atenção do aluno durante a aula. Do ponto de vista de Andy, por mais que houvesse tais interações e a adoção de metodologias que oferecem o melhor para os alunos, a comunicação entre professor e aluno não era a mesma da sala de aula presencial e isso foi uma das maiores dificuldades durante o ensino remoto.
Com a retomada das aulas presenciais, os alunos estão mais motivados a estudar e demonstram seu interesse pelas aulas presenciais. Maria Eduarda, por exemplo, percebe que “a volta às aulas facilitou o entendimento e o desenvolvimento em áreas que tenho dificuldade pela facilidade de trocar informações e tirar dúvidas com professores durante a aula”. A escola ainda está em período de adequação ao ensino fundamental II à tarde, portanto os alunos de ensino médio estão com suas aulas de contraturno de forma remota, e por estarem vivenciando na prática, reforçam a preferência por aulas presenciais.
A Escola SESI da Paraíba tem criado estratégias para manter os alunos e funcionários em segurança, seguindo as medidas necessárias para a prevenção contra a Covid-19. Helder reforça que a escola, os professores e toda a equipe pedagógica, estão “ajustando a rota” para preencher as lacunas que ficaram de dois anos de aula remota. “Saímos de 2 anos remotos e existe uma lacuna que vamos ter que preencher esse ano. A gente pega um aluno de 3º ano do ensino médio, hoje presencial, que veio do 1º e 2º ano remotos. Então existem conteúdos que eles não conseguiram assimilar, mesmo que tenham visto. São essas lacunas que a gente precisa preencher e as atividades que a gente tem realizado são justamente para isso. Então 2022 será um ano desafiador, mas ao mesmo tempo promissor”, finalizou o professor.
Texto/Colaboração: Laura Almeida