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A Ajuda Tá Aqui: como criar boas práticas sustentáveis na pequena empresa

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 27 de junho de 2025

Responsabilidade ambiental, olhar social e gestão ética: tudo isso cabe no cotidiano de micros e pequenas empresas e pode ser mais simples do que parece


Você já ouviu falar em ESG? O termo pode até parecer mais próximo de grandes corporações, mas a verdade é que as pequenas empresas também ganham quando investem em sustentabilidade, responsabilidade social e boa governança. 

Basicamente, ESG é cuidar do planeta, das pessoas e da forma como se faz negócios. E qualquer empresa pode, e deve, colocar essas práticas em ação. 

Para implementar boas práticas sustentáveis, é possível começar com: 

  • Cumprir a legislação vigente (ambiental, trabalhista e de segurança do trabalho); 
  • Mapear e reduzir desperdícios de energia, água, papel e recursos; 
  • Criar uma cultura ética e participativa dentro da empresa, com escuta ativa e envolvimento da equipe. 

Se você também quer implementar essas práticas na sua pequena empresa, mas não sabe por onde começar... a ajuda tá aqui! 

Essa é a estreia do nosso novo quadro mensal, A Ajuda Tá Aqui, da Agência de Notícias da Indústria. A proposta é transformar as experiências reais dos projetos do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) em dicas práticas e inspiradoras para quem empreende.  

No bate-papo deste mês, conversamos com Arilma Tavares, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade do SENAI CIMATEC e consultora do Procompi pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Ela compartilhou caminhos e possibilidades pra quem é pequeno mas busca grandes impactos. 

Na prática: transformação real com apoio coletivo 

A iniciativa executada pelo SENAI CIMATEC mostrou que é possível transformar boas intenções em ações concretas. Um exemplo prático veio do Grupo Ykedin, que, com a orientação do Procompi, fortaleceu suas práticas de ESG e mobilizou outras empresas em uma corrente solidária. 


“Para nós, o projeto foi de grande oportunidade. Conseguimos ajustar processos para uma melhor utilização de recursos naturais, implantamos canais mais ativos de feedback com colaboradores e clientes, e tivemos nossa maior realização na área social: organizamos uma campanha de arrecadação de alimentos com participação de parceiros e da comunidade. No fim, arrecadamos cerca de 700 kg de alimentos e itens de higiene”, conta Pedro Neto, administrador do Grupo Ykedin.


Já a Expresso Planalto, empresa de fretamento, redesenhou sua rotina com foco em responsabilidade social e ambiental. “Foi uma caminhada enriquecedora. Implementamos práticas que antes não faziam parte do nosso dia a dia. Agora, buscamos até uma certificação”, diz Fabiane Nascimento, técnica de segurança do trabalho. 

Qual o primeiro passo para uma pequena empresa começar? 

O primeiro passo é compreender que Environmental, Social and Governance (ESG) está relacionado a uma jornada contínua e que, antes de pensar em ações inovadoras e proativas, é preciso garantir que o básico esteja sendo feito. Lembrando que o básico é atender à legislação.  

Hoje, sabemos que cumprir o atendimento legal já é um grande desafio para muitas empresas, mas esse atendimento precisa ser uma meta imediata. O descumprimento legal pode criar consequências negativas para as pessoas e o meio ambiente, além de multas, penalidades e comprometimento da reputação da empresa. 

Existe uma estrutura mínima necessária? 

Não existe uma estrutura padrão. Cada empresa, de acordo com o seu tamanho, setor e necessidades específicas de suas partes interessadas, deve estabelecer uma estrutura, especialmente uma estrutura de governança, para que a gestão ESG não se resuma a um setor ou pessoa. 

Quais são os principais desafios? 

A principal barreira é a falta de conhecimento sobre o assunto, onde, muitas vezes, está associada ao baixo poder de investimento em profissionais com qualificação ou consultoria especializada. 

Como tornar ESG viável para empresas menores? 

ESG se aplica a empresas de qualquer porte e segmento. O que muda é que, no caso das grandes empresas, as ações tendem a ser complexas, devido ao porte da empresa e, consequentemente, dos riscos. No caso das pequenas empresas, os riscos são menores e, por isso, as ações tendem a ser simplificadas. 

Por exemplo, no eixo da governança, a pequena empresa precisa estruturar o compliance. Mas será bem simplificado em virtude da baixa complexidade da operação de uma pequena empresa.  Para o eixo social, outro exemplo, a gestão de saúde e segurança do trabalho é fundamental, e isso deve ser feito nas pequenas empresas também. Novamente, será de baixa complexidade por serem poucos funcionários e poucos riscos.  

No eixo ambiental, da mesma forma, é preciso fazer a gestão dos aspectos ambientais. Porém, muitas vezes, a pequena empresa se resume a um escritório, o que reduz significativamente a necessidade de ações nesse eixo. 

E se o orçamento for apertado? 

Sim, é possível. Muita coisa pode ser feita pela equipe interna da empresa, devidamente capacitada. Criar processos, fluxos, registros e controles não requer grande investimento. Para melhoria de equipamentos, o investimento tende a ser maior, mas, nesses casos, geralmente, o investimento é seguido de retorno financeiro, com a redução de perdas e desperdícios. 

Quais são os ganhos concretos? 

De forma geral, seguem alguns exemplos de ganhos: redução de perdas e desperdícios, como consumo de água, energia, matéria-prima e outros insumos, além da perda de tempo de funcionários com retrabalho. Redução de acidentes e absenteísmo. Aumento de produtividade. Melhora do clima organizacional. Redução de assédio e burnout. Aumento da reputação da empresa com a atração de talentos e clientes. 

Quer começar e ainda está perdido? 

Comece fazendo o que a legislação determina, seja quanto ao meio ambiente, à relação trabalhista, à segurança do trabalho, dentre outros. Busque conhecimento sobre o assunto e oportunize esse conhecimento para colaboradores da empresa que possam apoiar na operacionalização das ações. Lembre-se de que o Sistema S tem cursos e ações que podem contribuir na jornada ESG das pequenas empresas. 

Quer implantar ESG? A FIEB pode te ajudar!

Com foco no fortalecimento da cadeia de suprimentos e no estímulo a práticas sustentáveis, a Pan American Silver concluiu recentemente as ações do projeto aprovado pelo Procompi, realizado em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), na Bahia, e o Sebrae Bahia.

A iniciativa beneficiou 34 indústrias de micros e pequeno portes da cadeia de fornecimento da mineradora, oferecendo capacitações em ESG. Dessas, 12 empresas também receberam consultoria individual, aprofundando a aplicação dos conceitos em seus processos. A ação foi orientada pela Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social (GMARS) da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).

Conheça o Procompi!  

O Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), voltada ao fortalecimento das pequenas indústrias brasileiras.  

Até o final de 2025, estão previstas ações por todo o país em setores como: vestuário, mineração, alimentos e bebidas, sempre com foco em gestão, sustentabilidade, inovação e capacitação técnica. 

A Ajuda Tá Aqui 

Esse conteúdo faz parte do quadro mensal A Ajuda Tá Aqui, criado para traduzir ações do Procompi em dicas reais para micros e pequenas empresas. A ideia é mostrar que dá, sim, pra crescer com propósito, com apoio, conhecimento e inspiração de quem já está fazendo. 

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