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Brasil precisa buscar complementariedade, não conflitos, defende Ricardo Alban

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 14 de maio de 2025

Presidente da CNI falou a empresários e investidores nesta quarta-feira (14) em evento do Brazil Summit, em Nova York. Atividade faz parte da missão promovida pela entidade aos EUA


A busca pela complementariedade ao invés do confronto, a agregação de valor às exportações e o uso das vantagens competitivas do país, principalmente voltadas para a economia verde, são os principais pontos defendidos pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, para destravar o potencial verde do Brasil. O dirigente falou para empresários e investidores no evento Brazil Summit, promovido pelo jornal Financial Times nesta quarta-feira (14) em Nova York (EUA). 

Segundo Alban, o trabalho conjunto do governo, da indústria e dos demais setores da sociedade é indispensável para que o país crie mais oportunidades, prosperidade econômica, inclusão social e deixe um legado ambiental positivo para o planeta.

Confira os principais temas abordados por Alban no evento que deu continuidade às atividades da comitiva liderada pela CNI aos Estados Unidos.

Busca por complementariedade, não confronto

Para o presidente da CNI, a solução para avançar em competitividade sem produzir conflitos é buscar complementariedade entre os países, aproveitando as vantagens competitivas de cada um, por meio de parcerias pragmáticas e setoriais e evitando discussões repetitivas e ideológicas. Como exemplo, Alban citou a produção de etanol para Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

“Em vez de competir com os Estados Unidos no etanol, vamos fazer uma parceria forte, tecnológica e vamos ser fornecedores de SAF para o mundo”, destacou Ricardo Alban.

Relação com a China e oportunidades da economia verde

Alban destacou que o setor industrial brasileiro está buscando construir uma nova relação com a China que não seja apenas baseada no fornecimento de commodities. Para isso, avalia, o Brasil precisa utilizar as suas vantagens competitivas, especialmente aquelas relacionadas à sustentabilidade e à economia verde.

“Ainda existe muito espaço para o processo de industrialização de commodities, quer seja de minerais críticos, quer seja no setor agropecuário, quer seja em outras atividades de manufatura incipiente. Nós temos muitas oportunidades”, disse.

Alban destacou que é reconhecida a enorme escala e produtividade da indústria chinesa, o que dificulta a competição direta. Por isso é essencial que o Brasil invista em produtividade e inovação para se manter competitivo.

Agregação de valor e foco estratégico

Alban disse ainda que é pouco realista tentar competir com outros países em setores de altíssima tecnologia como semicondutores em grande escala. No entanto, o Brasil pode atuar em nichos da cadeia produtiva, como o beneficiamento de minerais críticos, que são importantes para a transição energérica. A ideia é construir uma cadeia de valor compartilhada com países como os EUA, em que o Brasil agregue valor inicial e os parceiros avancem nas etapas seguintes.

“Vamos beneficiar esses minerais onde eles existem. E vamos recarregar esse valor com energia limpa. Onde é que nós temos energia limpa a custo razoável? Nós temos a capacidade hoje já pesquisada e levantada de gerar 700 GB de energia eólica no Brasil. E hoje nós temos energia eólica sobrando”.

Política industrial e medidas antidumping

Ao ser questionado sobre a imposição de medidas de salvaguarda e antidumping, Alban disse que devem ser racionais e setoriais, para evitar o protecionismo ineficiente. “O Brasil precisa garantir condições mínimas de competitividade frente ao parque industrial chinês. A busca de salvaguardas deve servir para que nossa economia, nosso parque industrial, nossa capacidade produtiva possam caminhar um pouco mais rápido para diminuir o hiato que é dessa competitividade”.

Políticas públicas de longo prazo, por meio de projetos de Estado

Alban defendeu racionalidade para que o país avance em políticas públicas em áreas relevantes como educação, por exemplo, vista como condição essencial para o sucesso industrial.

“Com a racionalidade, você espera que venha a qualidade, venha a produtividade e a cobrança [da responsabilidade]. Vamos pensar juntos e construir parcerias pensando no amanhã, não no agora. Assim podemos nos planejar e construir políticas públicas de longo prazo e de Estado, não políticas de mandato”, disse.

Nesse sentido, Alban destacou que a CNI está trabalhando em conjunto com confederações de outros setores produtivos para elaborar e apresentar ao governo o projeto Brasil+25, proposta de desenvolvimento de longo prazo para alavancar o crescimento socioeconômico do país.

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