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Brasil deve aproveitar oportunidades para acordos bilaterais e regionais, diz CNI

Por Agência CNI - Publicado 29 de junho de 2007

Diante dos recentes impasses da Rodada Doha de negociações comerciais, as iniciativas bilaterais e r

Diante dos recentes impasses da Rodada Doha de negociações comerciais, as iniciativas bilaterais e regionais que envolvem os principais mercados do mundo devem ganhar novo ímpeto. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil não pode perder essas oportunidades. O país tem que adotar uma agenda pragmática e seletiva, baseada em critérios econômicos, visando à melhoria das condições de acesso a mercados relevantes para os produtos brasileiros, defende a CNI, no documento "Prioridades na agenda brasileira de negociações comerciais", divulgado ontem.

A Rodada Doha continua a ser a prioridade do setor industrial, principalmente por conta das características do comércio exterior brasileiro (participação pequena no comércio mundial e relações comerciais diversificadas em termos geográficos). "Mas as negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) dificilmente garantirão um salto significativo nas condições de acesso aos mercados externos para as exportações brasileiras", ressalta o texto.

Exatamente por isso, a CNI defende uma estratégia de negociações bilaterais e regionais baseada em critérios econômicos que permitam identificar países prioritários e instrumentos adequados para aproveitar as oportunidades existentes. Tais critérios devem considerar o tamanho do mercado importador desses países, as oportunidades para expansão e diversificação das vendas brasileiras e os níveis de proteção dados aos produtos nos quais o Brasil é competitivo.

Segundo esses critérios, são mercados prioritários os Estados Unidos, por conta da dimensão, dinamismo e relevância em termos mundiais, e a União Européia, principal parceiro comercial do Brasil, importadora de uma variada gama de produtos industriais com distintos graus de elaboração. Além desses, também são de suma importância para o Brasil os mercados mexicano, indiano e sul-africano, países em desenvolvimento com mercados relativamente grandes e dinâmicos, mas que têm tarifas elevadas para a maior parte dos produtos que apresentam oportunidades. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, também entram nessa lista.

O momento para a adoção dessa estratégia é sensível, uma vez que, devido ao processo de valorização da moeda brasileira frente ao dólar, o crescimento das exportações perdeu ritmo e, conseqüentemente, importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas pelo país). Essa contribuição era de 0,7 ponto percentual em 1999 e saltou para 2,3 pontos percentuais em 2004. Em 2005, caiu para 1,7 ponto percentual e, no ano passado, voltou ao mesmo patamar de 99. A previsão para este ano é de manutenção do quadro.

Por isso, o Brasil precisa de políticas comerciais que promovam ganhos de competitividade, de modo a compensar os efeitos adversos dessa tendência segundo o documento da CNI. Tais políticas devem partir de pressupostos como melhoria das condições domésticas de competitividade, negociações para melhores condições de acesso a mercados externos e promoção comercial de produtos brasileiros em mercados relevantes.

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