O Brasil não é o mais bem colocado em nenhum dos nove fatores determinantes avaliados contra os países emergentes da Ásia. O relatório Competitividade Brasil 2019-2020, da Confederação Nacional da Industria (CNI), traz China (4º) e Tailândia (6º) entre as economias mais competitivas entre 18 países. Já Indonésia (13º), Índia (14º) e Brasil (17º) figuram nas últimas posições do ranking.
Mesmo considerando Indonésia e Índia, duas nações que também estão entre os últimos colocados no ranking do estudo, o desempenho brasileiro é o pior em mais da metade dos fatores analisados: Financiamento, Tributação, Ambiente macroeconômico, Estrutura produtiva, escala e concorrência e Ambiente de negócios.
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No fator Educação, o Brasil fica em segundo lugar entre os quatro países para os quais há dados, ficando atrás apenas da Tailândia. Esse fator desconsidera a China por não possuir dados em todas as dimensões avaliadas.
Já no fator Tecnologia e Inovação, o Brasil é o terceiro colocado e supera com facilidade a Índia e a Indonésia, mas ainda está longe de alcançar a Tailândia e, principalmente, a China, que tem o dobro da nota. Aliás, a economia chinesa só não é a primeira dentro desse grupo em três de oito ocasiões: Trabalho, Tributação e Ambiente macroeconômico.
Veja a situação do Brasil e das economias emergentes da Ásia selecionadas em cada um dos nove fatores:
1. Trabalho
No fator Trabalho, a Indonésia é a primeira entre os países emergentes asiáticos selecionados e a terceira mais bem colocada no total dos 18 países (nota 5,96). A Indonésia possui o mais baixo custo com mão de obra (nota 5,53) e está em primeiro quanto à disponibilidade (nota 6,38). O Brasil é o terceiro colocado nesse fator (5,16). Em Disponibilidade, o Brasil é o terceiro colocado (5,22), enquanto no subfator Custo, aparece em último lugar (5,10).
2. Financiamento
A China é primeira no fator Financiamento entre as economias asiáticas selecionadas e a segunda mais bem colocada entre os 18 países (nota 7,16). A China apresentou o melhor resultado nos subfatores Custo do capital (nota 7,89) e Desempenho do sistema financeiro (8,06). No subfator Disponibilidade, a China empatou em primeiro com a Tailândia (nota 5,53). O Brasil é o último colocado nesse fator (2,22), devido sobretudo aos custos elevados.
3. Infraestrutura e logística
No fator Infraestrutura e logística, a China é a primeira entre os emergentes asiáticos selecionados (nota 6,67). Em três dos quatro subfatores avaliados, a China é a primeira colocada: Transporte (6,71), Energia (6,01) e Logística internacional (7,98). No subfator Telecomunicações, ocupa a segunda posição (5,97), atrás do Brasil (6,02). O Brasil é o penúltimo colocado nesse fator (4,77). Apenas em Telecomunicações, se destaca positivamente (é o primeiro). Nos demais subfatores, está em último lugar: Transporte (3,88), Energia (3,43) e Logística internacional (5,74).
4. Tributação
A Indonésia é a primeira no fator Tributação entre os 18 países (nota 7,33). No subfator Peso dos tributos, possui a menor carga dos 18 países (nota 8,37). Em Qualidade do sistema tributário, é a quarta colocada no grupo dos emergentes asiáticos (nota 6,29). O Brasil é o último colocado nesse fator (3,82), ocupando a última posição em ambas as dimensões avaliadas: Peso dos tributos (3,90) e Qualidade do sistema tributário (3,75).
5. Ambiente macroeconômico
No fator Ambiente macroeconômico, a Tailândia é a primeira entre os emergentes asiáticos e a segunda mais bem colocada entre os 18 países (nota 7,05). A Tailândia apresentou o melhor resultado nos subfatores Equilíbrio monetário (nota 9,62) e Equilíbrio externo (nota 6,26). Em Equilíbrio fiscal, é a segunda colocada (nota 5,27), atrás da Indonésia (5,37). O Brasil é o último colocado nesse fator (5,96). Apenas no subfator Equilíbrio externo, não ocupa a última posição: é o terceiro colocado, com nota 5,35.
6. Estrutura produtiva, escala e concorrência
A China é a primeira colocada no fator Estrutura produtiva, escala e concorrência entre os 18 países (nota 8,01). A China apresentou o melhor desempenho nos subfatores Estrutura produtiva (nota 7,77) e Escala (nota 9,92). No subfator Concorrência, ocupa a segunda posição (6,36), atrás da Indonésia (6,69). O Brasil é o último colocado nesse fator (nota 6,25). Em dois dos três subfatores, ocupa a penúltima posição: Estrutura produtiva (5,38) e Concorrência (5,18). No subfator Escala, ocupa a terceira posição (8,20), atrás da China e da Índia.
7. Ambiente de negócios
A China é a primeira entre os emergentes asiáticos no fator Ambiente de negócios (nota 6,38). A China apresentou o melhor resultado no subfator Burocracia (nota 7,85) e Segurança jurídica (6,92). No subfator Eficiência do Estado, ocupa a quarta posição (4,38). O Brasil está na última posição no fator Ambiente de negócios (nota 5,02). Apesar de ocupar a primeira posição no subfator Eficiência do Estado (nota 5,19), é o último colocado nos demais subfatores, com notas 4,81 (Burocracia) e 5,05 (Segurança jurídica).
8. Educação
A Tailândia é o país mais bem posicionado entre os emergentes asiáticos no ranking do fator Educação, que desconsidera a China por não possuir dados em todas as dimensões avaliadas. O Brasil fica em segundo lugar nesse fator (3,32). No subfator Gastos com educação, o Brasil é o primeiro colocado (nota 3,64), enquanto a Tailândia é a quarta colocada (nota 1,38). Nos demais subfatores, a Tailândia fica em primeiro: Disseminação (5,31) e Qualidade (3,52), seguida do Brasil, com notas 3,30 e 3,01, respectivamente.
9.Tecnologia e inovação
No fator Tecnologia e inovação, a China é a primeira entre os emergentes asiáticos e a segunda no total dos 18 países (nota 6,40). A China apresentou o melhor resultado no subfator Esforços de P&D (nota 7,19) e Resultados dos esforços de P&D (nota 5,61) nesse grupo. O Brasil ocupa a terceira posição nesse fator (3,06), atrás da China e da Tailândia. Em ambas as dimensões avaliadas, o Brasil é o terceiro colocado: esforços (nota 4,25) e resultados dos esforços (nota 1,87).
Série Competitividade Brasil
A Agência CNI de Notícias apresenta a série Competitividade Brasil. Serão quatro matérias comparando a economia nacional com países da América Latina, BRICS, economias desenvolvidas e emergentes da Ásia. A partir da comparação mais segmentada, o leitor poderá entender quais passos serão necessários para o Brasil competir em pé de igualdade em cada uma das arenas que está competindo.