Ao apresentar a proposta, que prevê investimentos de R$ 10,5 bilhões até 2010, Monteiro Neto disse que desde a década de 90, quando as tarifas de importação foram reduzidas, a indústria enfrenta muitos desafios, devido ao aumento da competição com empresas estrangeiras. "Os ganhos de produtividade dependem da incorporação da inovação, que é resultado do investimento na qualificação profissional."
"A CNI elegeu a educação como pilar para o desenvolvimento sustentado, porque não conseguirá inovar sem suporte educacional", acrescentou. Nos próximos três anos a intenção é garantir que 16,2 milhões de trabalhadores sejam matriculados, um incremento de 30% na oferta de vagas. Outro desafio é ampliar em 40% a permanência dos alunos nas salas de aula. "Queremos mudar o perfil profissional do trabalhador incorporando tecnologias, porque não há oferta de qualidade para atender às necessidades dos setores industriais."
Monteiro Neto destacou ainda que a CNI criou um Conselho Temático Permanente de Educação para discutir as questões relativas à área e garantir o acompanhamento da implementação das ações. "O Brasil não vai emancipar-se não for pela educação. Como o programa foi concebido com a participação de todos os departamentos regionais, o grande desafio será coordenar a governança das ações."
A apresentação foi realizada a pedido da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), segundo a qual, o objetivo era ouvir a proposta do setor privado para a educação. "A intenção era saber de que forma a indústria pretende atuar nesse campo", disse Marisa. O presidente da Comissão, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), disse que o programa é ambicioso se comparado ao tamanho do país, mas que engloba a percepção de que a educação, a ciência e a tecnologia são insumos fundamentais para o avanço do Brasil. "O programa preenche uma grande lacuna do setor público."
Foto: José Paulo Lacerda (CNI)