Um grupo de 120 examinadores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) será capacitado para analisar patentes da Indústria 4.0, com aulas expositivas ministradas por engenheiros da Bosch. O curso é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o INPI e busca treinar os examinadores para avaliar tecnologias de fronteira. Esta é a segunda edição do curso. As aulas serão ministradas de 11 a 13 de dezembro, na sede do INPI, no Rio de Janeiro.
Em julho, o governo federal anunciou o Plano de Combate ao Backlog de Patentes. O objetivo desse plano, que é apoiado pela CNI, é reduzir o número de pedidos de patente na fila para análise, o chamado backlog, em 80% até 2021 e para 2 anos o prazo médio de concessão de patentes pelo INPI. Hoje, esse prazo está em seis anos. Com isso, a expectativa é que o instituto deixe de analisar pedidos de tecnologias antigas para se concentrar nas novas tecnologias.
O gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, afirma que, neste ano, haverá aulas voltadas especialmente para o tema internet das coisas (IoT). “Em breve, os examinadores vão se deparar com tecnologias de fronteira. A CNI e o INPI vislumbraram a oportunidade de treiná-los para que o instituto esteja pronto para a nova demanda gerada pela transformação tecnológica em curso”, afirma Gonçalves.
O chefe de Inovação e Propriedade Intelectual da Bosch, Leandro Mandu, afirma que os profissionais da empresa apresentarão as mais recentes tecnologias relacionadas à Internet das Coisas (IoT) e à Indústria 4.0, já que ambas logo estarão no dia a dia dos examinadores principalmente após a implementação do plano de ação do backlog do INPI.
“Além da parte teórica, nossos engenheiros apresentarão de forma prática as novas tecnologias disponíveis no mercado brasileiro e também no exterior por meio do uso de produtos e equipamentos físicos. A nossa ideia é proporcionar conhecimento técnico de forma que isso venha apoiar o examinador em suas atividades diárias, especialmente naquelas referentes à análise de patentes de novas tecnologias”, afirma Mandu.
A CAPACITAÇÃO – A capacitação de examinadores do INPI foi criada a partir de um Acordo de Cooperação Técnica entre a CNI e o INPI, assinado em novembro de 2018. O acordo visa a disseminar e fortalecer a propriedade intelectual enquanto instrumento competitivo, e tem como principais metas capacitar examinadores em tecnologias de fronteira; capacitar empresários e colaboradores das federações das indústrias; atualizar, reeditar e relançar os guias de propriedade intelectual; e mapear potencialidades de Indicações Geográficas.
Em 2018, a primeira edição do curso treinou um grupo de 160 examinadores. O objetivo das instituições é qualificar todos os examinadores durante a vigência do acordo, até 2020.
O coordenador-geral de Disseminação para a Inovação do INPI, Felipe Melo, reforça a importância do curso. “A capacitação dos examinadores em tecnologias da indústria 4.0 é fundamental para atualizá-los sobre a evolução atual da inovação nesse campo, que está relacionado às patentes mais recentes que serão analisadas”, afirma.
SAIBA MAIS - Em 2006, CNI e INPI assinaram convênio que originou o Programa de Propriedade Intelectual para o Desenvolvimento Industrial, lançado em 2010. Desde então, o programa é coordenado pela CNI. Além de promover capacitações para empresários de todo o país, o programa desenvolveu guias sobre o tema voltados para diferentes públicos, tais como jornalistas, empresários, estudantes, docentes e magistrados.