A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% ao ano não surpreendeu a indústria. A intenção do governo vinha sendo indicada nas atas das reuniões anteriores do Copom, avaliam os técnicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Eles acreditam que o crescimento do consumo interno e o ambiente de incertezas em relação ao comportamento da inflação foram considerados na decisão do Copom.
Os técnicos da CNI entendem que a decisão de efetuar cortes substanciais nos gastos no orçamento de 2008, em função da perda da arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), deverá promover maior sintonia entre as políticas monetária e fiscal ao longo do ano e permitir a retomada da trajetória de queda da Selic. Como contra-senso, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações de crédito eleva o custo financeiro dos tomadores de crédito, com impactos negativos sobre a atividade produtiva.