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CNI lança panorama da infraestrutura da Região Sul

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 30 de abril de 2024

Relatório mostra que 81% dos empresários industriais apontam precariedade da malha de transportes como o maior problema e traz propostas de melhorias para a infraestrutura no Sul


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta terça-feira (30) o relatório “Panorama da Infraestrutura - Edição Sul”, com o detalhamento do setor na Região Sul do Brasil.

O estudo mostra um panorama das áreas de transporte, energia elétrica, gás natural, telecomunicações e saneamento básico, bem como identifica gargalos e propostas para melhorias da infraestrutura nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Este é o primeiro de uma série de cinco trabalhos regionais produzidos pela CNI que vão trazer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras, identificando necessidades de investimentos e pleitos do setor industrial.

O relatório do Sul foi apresentado durante encontro na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) na segunda-feira e na Reunião de Diretoria da CNI, marcada para esta terça-feira (30), também na sede da Fiergs, em Porto Alegre.

O presidente da CNI, Ricardo Aban, ressaltou que o relatório busca contribuir para a melhora da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia.


“Esse estudo é fruto de uma articulação com empresários e com as federações das indústrias da Região Sul no intuito de preparar e fortalecer a infraestrutura dos estados para a neoindustrialização que o Brasil precisa”, afirma Alban.


Para o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, uma infraestrutura que facilite o escoamento da produção é condição fundamental para reter e atrair investimentos.

“A carência que temos nesta área ameaça o desenvolvimento econômico do Estado. Além disso, nos impõe um grande desafio para acelerar a conclusão das obras prioritárias, cujo tempo de execução de algumas delas já superam dez anos”, diz Petry.

O trabalho é dividido em três partes principais:

  • Retrato da Infraestrutura: Etapa descritiva que contempla diversos dados do setor de infraestrutura extraídos de diferentes fontes oficiais;
  • Pesquisa de percepção do empresário industrial: Diagnóstico realizado por empresários locais sobre as condições de infraestrutura e prioridades de investimento na região, e
  • Propostas para avançar na infraestrutura: Uma série de propostas regionais (Federações de Indústria) e nacionais (CNI) para mitigação dos principais problemas de infraestrutura.

O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, alerta que a infraestrutura deficiente é um dos principais componentes do Custo Brasil. “Encontrar formas de superar os obstáculos colocados pelo Custo Brasil deve ser uma prioridade da indústria brasileira” destaca o diretor da CNI.

Muniz menciona que 81% das empresas do Sul sinalizaram a precariedade da malha de transporte como principal gargalo de infraestrutura. Segundo ele, a má qualidade dessas infraestruturas tem impacto direto sobre os acidentes, o meio ambiente e a competitividade da região.

“A infraestrutura deficitária de transportes afeta a segurança viária, eleva a emissão de poluentes, gera engarrafamentos e pressiona os custos logísticos em virtude do aumento do consumo de combustível e deterioração dos veículos.

Como consequência, o setor produtivo perde competitividade em relação a outros mercados”, pontua o diretor da CNI.

Veja íntegra do estudo:

Panorama da Infraestrutura - Edição Sul.pdf(1,1 MB)

Gargalos da infraestrutura identificados por empresários da Região Sul

  • Qualidade das rodovias
  • Acesso aos portos
  • Falta de hidrovias
  • Custo da energia
  • Custo dos combustíveis
  • Disponibilidade de fibra ótica
  • Tratamento de água e esgoto

De acordo com Roberto Muniz, apesar das dificuldades em estabelecer uma carteira prioritária de projetos para investimento, o governo federal tem feito esforços para reduzir o déficit de infraestrutura no país.

O Novo PAC, elaborado em parceria com estados e municípios, foi anunciado no ano passado com previsão de R$ 231,1 bilhões para serem alocados na Região Sul – a maior parte para o eixo “Transporte Eficiente e Sustentável”.

Potencial do Sul para a agenda de transição energética

O relatório destaca ainda a relevância que a região tem para a produção de energia limpa e renovável. A Usina de Itaipu, por exemplo, localizada no Rio Paraná, é a terceira maior do mundo em termos de capacidade instalada, com 14.000 MW. Já em termos de empreendimentos de eólica offshore com pedido de licenciamento no Ibama, o Sul conta com o maior potencial bruto do Brasil. 

“Com a tendência global de implementação de políticas que promovam a redução das emissões de gases de efeito estufa, a região tem potencial para desempenhar papel estratégico na transição energética”, afirma Roberto Muniz.

Números do trabalho

O “Panorama da Infraestrutura - Edição Sul” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.

Propostas elencadas pelas federações estaduais da indústria para a Região Sul

Rodovias

  • Realizar obras de adequação, manutenção e expansão de corredores rodoviários estratégicos como: BR-101; BR-290; BR-376; BR-277; BR-476; BR-116; e BR-392.
  • Avançar nas obras do Contorno da Baía de Guaratuba; da Nova Ponte do Guaíba; da Nova Ponte Brasil e Argentina e da Ponte do Fandango.

Hidrovias

  • Realizar reformas estruturais das represas equipadas com eclusas (Amarópolis, Bom Retiro do Sul, Dom Marco e Fandango).
  • Dragagem de desassoreamento e balizamento da Hidrovia de Lagoa Mirim (Brasil - Uruguai), incluindo o Canal de São Gonçalo/RS.
  • Eliminar os gargalos presentes na Lagoa dos Patos e Lago Guaíba relacionados ao assoreamento de canais.
  • Instalação de estruturas de proteção dos pilares das duas pontes sobre o Rio Guaíba.

Portos

  • Ampliar o calado nos principais portos da Região (Porto de Paranaguá, Complexo Portuário da Baía da Babitonga e Porto de Itajaí).
  • Desestatizar portos a partir da adoção de administração portuária autônoma, sem ingerência política.
  • Realizar a derrocagem para remoção de rocha do canal de acesso do Porto de Laguna.
  • Elaborar acesso rodoferroviário ao Porto de São Francisco do Sul.

Ferrovias

  • Acompanhar e fiscalizar o processo de concessão (renovação antecipada ou nova concessão) da Malha Sul.
  • Estabelecer uma nova descida da serra do mar para acesso ferroviário ao Porto de Paranaguá.
  • Viabilizar um ramal ferroviário entre Chapecó e Passo Fundo para integrar a malha da Região Sul com a Nova Ferroeste.

Aeroportos

  • Implantar uma nova pista no aeroporto Afonso Pena.
  • Construir, reformar e reaparelhar o aeroporto Santa Terezinha em Joaçaba.
  • Realizar obras de expansão e homologação dos equipamentos e procedimentos de pouso para situações meteorológicas adversas no aeroporto de Caçador.

Energia elétrica

  • Buscar uma solução junto a ANEEL para autorizar o Grupo Cobra a assumir o empreendimento UTE Rio Grande.
  • Superar as barreiras regulatórias, mercadológicas, tecnológicas, e de infraestrutura para geração de energia eólica.
  • Destravar os projetos de pequeno porte de geração hídrica que estão em tramitação junto a ANEEL ou na fase de licenciamento ambiental.

Gás Natural

  • Garantir investimentos estruturais para ampliação da capacidade do Gasbol.
  • Destravar a venda da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).

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