A indústria está dialogando com representantes dos trabalhadores para a construção de uma agenda comum pelo desenvolvimento do país, para a geração do emprego e para o futuro da indústria e do trabalho.
Em encontro na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, dirigentes da instituição e representantes de seis centrais sindicais alinharam os principais temas que serão alvo de discussões nas próximas semanas para a elaboração de propostas. “É normal termos divergências, mas estamos do mesmo lado para construir um Brasil melhor. Vamos procurar trabalhar junto naquilo em que nós convergimos”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Um dos pontos que está na agenda é a importância da formação da mão de obra no país. Sobre este assunto, o diretor-geral do Serviços Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, apresentou um panorama das ações realizadas em educação profissional, tecnologia e inovação. Ele destacou a presença da instituição no preparo dos trabalhadores na implantação dos principais projetos industriais, erguidos em diferentes regiões do país. “O SENAI tem o domínio das competências para o chão de fábrica, formando mão de obra em acordo com as necessidades de todos os 28 setores da indústria brasileira”, afirmou.
A discussão com os trabalhadores também refletiu a preocupação mútua com os desafios da capacitação e requalificação da força de trabalho da indústria frente aos desafios da quarta revolução industrial. Esta agenda é vista como estratégica para assegurar a competitividade do setor produtivo, uma vez que o nível de qualificação da mão de obra é fator-chave para a atração de investimentos e para a absorção de novos processos e tecnologias que estão sendo incorporados nos processos produtivos modernos.
Porta-voz dos trabalhadores e diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio destacou que o objetivo do diálogo entre a CNI e as representações dos trabalhadores é identificar oportunidades e consolidar um diálogo visando o desenvolvimento do país e o fortalecimento do setor produtivo. “A perspectiva é movimentar a economia, gerar emprego, renda e qualidade de vida para toda a sociedade brasileira. Temos o desafio de pensar como fazer isso acontecer olhando para o processo de mudanças no mundo do trabalho”, observou.