A Coreia do Sul está em 1º lugar, o Canadá, em 2º, a Austrália, em 3º, a Espanha em 5º e o Brasil em 17º no ranking Competitividade Brasil 2019-2020, da Confederação Nacional da Industria (CNI). Em um cenário tão desfavorável, a economia brasileira consegue ficar à frente no fator Trabalho, o que reflete a vantagem do país em disponibilidade de mão de obra em comparação com as economias avançadas selecionadas.

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Esse é o único dos nove fatores analisados que o Brasil obtém o melhor desempenho que os demais países. No geral, o país sempre tem a nota mais baixa, sendo a pior no Financiamento, devido aos custos elevados. No fator Estrutura produtiva, escala e concorrência, o Brasil consegue superar a Austrália e ficar na quarta posição entre essas cinco nações. A Coreia do Sul é a economia que aparece mais vezes na liderança entre todos os fatores avaliados. 

“Mesmo a vantagem do país no fator Trabalho deve ser vista com cautela. O bom desempenho do Brasil se deve à uma característica estrutural do país, o tamanho da sua oferta de trabalho. Mas, é necessário lembrar que, devido às mudanças demográficas em curso, em que tanto a taxa de mortalidade como a de fecundidade são baixas, são os ganhos de produtividade que importam, e nesse quesito o país está mal comparativamente aos demais”, explica a economista da CNI, Samantha Cunha.

Confira a situação do Brasil e das economias selecionadas (Austrália, Canadá, Coreia do Sul e Espanha) em cada um dos fatores:

1. Trabalho

O Brasil obtém o melhor desempenho no fator Trabalho frente às economias de maior PIB per capita dos 18 países (nota 5,16), o que reflete a vantagem do país em disponibilidade de mão de obra. Apesar de Austrália, Canadá, Coreia do Sul e Espanha ocuparem os primeiros lugares do ranking quanto à produtividade do trabalho na indústria, caem para as últimas posições no quesito custo da mão de obra.

2. Financiamento

O Canadá ocupa a primeira posição no fator Financiamento entre os 18 países (nota 7,65). O país apresentou a maior oferta de crédito ao setor privado, o segundo maior mercado de ações e recebeu a maior nota em classificação de crédito emitida pelas agências Fitch, Moody’s e S&P. No outro extremo, o Brasil é o último colocado nesse fator (2,22), devido aos custos elevados.

3. Infraestrutura e logística

A Coreia do Sul é a primeira no fator Infraestrutura e logística entre os 18 países (nota 7,83). Nos subfatores Infraestrutura de Transporte e de Telecomunicações, é a primeira colocada no total dos 18 países, com notas 7,49 e 9,60. Em Infraestrutura de Energia, a Coreia do Sul é a segunda colocada (5,93), atrás do Canadá (6,12) e, em Logística internacional, é a terceira (8,30). O Brasil é o último colocado nesse fator (4,77), com os resultados mais baixos nos subfatores Transporte (nota 3,88) e Energia (3,43).

4. Tributação

No fator Tributação, a Coreia do Sul é a primeira frente às economias avançadas selecionadas e a quinta mais bem colocada dos 18 países (nota 6,94). A Coreia do Sul é a primeira colocada quanto ao peso dos tributos (6,22) e a segunda colocada quanto à qualidade do sistema tributário (7,65), atrás da Austrália (8,22). O Brasil é o último colocado nesse fator (3,82), devido à elevada carga tributária e à baixa qualidade do sistema tributário, com notas 3,90 e 3,75.

5. Ambiente macroeconômico

A Coreia do Sul obtém o melhor resultado no fator Ambiente macroeconômico (nota 7,02). Nos três subfatores avaliados, o país está em primeiro lugar: equilíbrio monetário (9,51), equilíbrio fiscal (5,66) e equilíbrio externo (6,01). O Brasil é o último colocado nesse fator (5,96). Apenas no subfator Equilíbrio externo, não ocupa a última posição: é o terceiro em relação às economias selecionadas (nota 5,35).

6. Estrutura produtiva, escala e concorrência

A Coreia do Sul é a primeira no fator Estrutura produtiva, escala e concorrência entre as economias avançadas selecionadas (nota 7,68). A Coreia do Sul é a primeira no subfator Estrutura produtiva (9,47) – é a mais complexa entre 18 países. No subfator Escala, está em segundo (7,73), atrás do Brasil (8,20), que é o primeiro. No subfator Concorrência, a Coreia do Sul está na quarta posição (5,85). O Brasil é o penúltimo colocado nesse fator (6,25), à frente da Austrália (6,20). O Brasil é o quarto colocado em Estrutura produtiva (5,38) e o último colocado em Concorrência (5,18).

7. Ambiente de negócios

O Canadá obtém o melhor resultado no fator Ambiente de negócios entre os 18 países (nota 8,40). No subfator Burocracia, o Canadá é o primeiro colocado no total dos 18 países (8,36). No subfator Eficiência do Estado, ocupa a segunda posição (9,22), atrás da Austrália (9,46), e no subfator Segurança jurídica, é a terceira colocada (7,61). O Brasil é o último colocado nesse fator (nota 5,02), com os resultados mais baixos nos subfatores Burocracia (4,81) e Segurança jurídica (5,05).

8. Educação

A Austrália ocupa a primeira posição no fator Educação entre os 18 países (6,86). A Austrália apresentou o maior Gasto em educação (nota 4,90) e o melhor desempenho em Disseminação (8,24). No subfator Qualidade, é a terceira colocada (7,45), atrás da Coreia do Sul (8,35) e do Canadá (8,24). O Brasil é o último colocado nesse fator (3,32), com o desempenho mais fraco nos subfatores Disseminação (3,30) e Qualidade (3,01).

9.Tecnologia e inovação

A Coreia do Sul lidera o ranking no fator Tecnologia e inovação entre 18 países (nota 9,18). É a primeira colocada em ambas as dimensões avaliadas: esforços de P&D (nota 9,80) e resultados dos esforços (8,56). O Brasil é o último colocado entre as economias avançadas selecionadas (nota 3,06). Nesse grupo, é o último colocado tanto em Esforços de P&D (nota 4,25) como em Resultados dos esforços de P&D (1,87). No ranking dos 18 países, o desempenho do Brasil nesse fator é mediano (oitava posição).

Série Competitividade Brasil

A Agência CNI de Notícias apresenta a série Competitividade Brasil. Serão quatro matérias comparando a economia nacional com países da América Latina, BRICS, economias desenvolvidas e emergentes da Ásia. A partir da comparação mais segmentada, o leitor poderá entender quais passos serão necessários para o Brasil competir em pé de igualdade em cada uma das arenas que está competindo.