Após tombo histórico em abril, quando a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus atingiu o seu ápice, a Sondagem da Indústria da Construção de julho registra consolidação da retomada do setor. Em indicadores como a confiança e a intenção de investir estão acima da média histórica. A utilização da capacidade operacional voltou para um patamar semelhante ao observado no pré-pandemia. Recuperação também ficou caracterizada nos índices de atividade e do número de empregados.
“Os índices de evolução do nível de atividade e do número de empregados apresentaram melhor evolução no mês de julho em relação a junho, a despeito da pandemia de Covid-19. As altas fizeram ainda que os índices voltassem a superar suas médias históricas, o que indica desempenho mais favorável que o usualmente refletido pelo índice”, registra o relatório técnico da sondagem.
O índice de nível de atividade alcançou 48,1 pontos em julho, uma alta de 3,8 pontos em relação ao mês anterior. O índice de evolução do número de empregados, por sua vez, passou de 43,4 pontos em junho para 46,8 pontos em julho.
A melhora na indústria da construção também foi percebida na Utilização da Capacidade Operacional (UCO), que passou de 55% em junho para 58% em julho. Com a alta, o indicador recupera grande parte da queda de março e abril, fica 1 ponto percentual acima do registrado em julho de 2019 e superior à média para o mês entre 2015 e 2017.
O olhar para frente mostra um cenário possível ainda melhor. O Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) aumentou 7,7 pontos, alcançando 54 pontos em agosto. É a quarta alta consecutiva do índice, após as expressivas quedas de março e, sobretudo, abril. Com o aumento de agosto, o índice fica acima da linha divisória de 50 pontos, o que confirma a retomada da confiança dos empresários desse setor, e também de sua média histórica de 53,5 pontos.
Expectativa por um cenário mais otimista
Os índices de expectativa também traduzem esse cenário mais otimista. Pela primeira vez desde a queda de abril, todos superaram a linha divisória de 50 pontos, que separa perspectivas de queda das de alta.
Os indicadores de expectativas de compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados registraram 52,8 e 52,3 pontos, após crescimento de 3,3 e 2,9 pontos, respectivamente. Os índices de expectativas do nível de atividade e de novos empreendimentos e serviços, por sua vez, alcançaram 54,3 pontos e 53,2 pontos, respectivamente, após avanços de 4,2 e 5,2 pontos em agosto, respectivamente.
A intenção de investimento também retrata o cenário futuro positivo. Com alta de 4,7 pontos em agosto, o indicador atingiu 39,5 pontos e se distanciou da média histórica (34,1 pontos). O patamar deste mês se aproxima dos níveis pré-pandemia, quando registrava valores acima dos 40 pontos.