Valorizar as diferenças e celebrar a neurodiversidade. Este é o foco do Dia do Orgulho Autista, comemorado mundialmente em 18 de junho. Para celebrar a data, o Geração SESI SENAI conversou com uma analista do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), que trouxe dicas importantes de como melhorar e tornar ainda mais inclusivo o processo de aprendizagem de uma pessoa autista.  

A psicopedagoga e analista de Qualidade de Vida no SENAI Ítalo Bologna/SP, Letícia Bonifácio Lievana, reuniu iniciativas que podem ajudar docentes, colaboradores e até mesmo os colegas de alunos portadores do transtorno do espectro autista (TEA). Veja quais são:  

1. Crie um ambiente estruturado  

Desenvolver rotinas claras, criar um espaço organizado e utilizar horários visuais podem ajudar bastante nesse sentido já que uma das características dos autistas é serem metódicos. Ou seja, são contrários a mudanças bruscas e se adaptam melhor a rotinas definidas.    

2. Utilize suportes visuais

Usar imagens, cartazes, histórias sociais e exemplos concretos pode ser importante para ajudar na assimilação do conteúdo. É importante testar e descobrir quais formatos visuais cada um prefere.    

3. Adapte a comunicação

É recomendado o uso de uma linguagem simples e direta, além de verificar o entendimento dos alunos e desenvolver alternativas de comunicação. É muito importante o docente analisar o contexto individual do aluno e propor comunicações que ele se adapte melhor.  

4. Oferte suporte sensorial

Oferecer um “cantinho tranquilo”, utilizar ferramentas sensoriais e adaptar a iluminação podem ser iniciativas importantes quando o docente identifica que o aluno autista está tendo dificuldades de aprendizado.  

5. Planeje atividades inclusivas

Saber os interesses pessoais do aluno pode ser algo importante, já que isso pode se relacionar com os conteúdos em sala de aula. Tarefas personalizadas também podem ajudá-los a lidar melhor com certos temas. Se o aluno tiver boa comunicação, uma solução pode ser trabalhos em grupo com colegas que ele se dá bem.  

6. Promova habilidades sociais

Propor jogos, dramatizações e modelagem de comportamento são boas sugestões para este objetivo. Além disso, identificar os pares de apoio, ou seja, os colegas com boa relação com o aluno autista.    

7. Monitore e avalie o progresso

É importante realizar avaliações regulares e oferecer um feedback positivo e contínuo do aprendizado do aluno. Além disso, o uso de planos de ensino individualizados pode ser necessário de acordo com o contexto.    

8. Colabore com familiares e profissionais

É extremamente importante estar próximo da rede de apoio do aluno, composta pelos familiares e profissionais responsáveis. É necessário ter uma comunicação aberta, reuniões conjuntas e se aproveitar dos conceitos da educação continuada.    

9. Desenvolva a autonomia

Os alunos autistas precisam se sentir valorizados e capazes. Por isso é importante identificar as qualidades deles e utilizá-las a favor do aprendizado. É preciso estimular o autocuidado, a tomada de decisão e a autorregulação. Vale destacar também que os autistas sempre se destacam em suas qualidades, por isso, mapeá-las é fundamental.  

10. Seja paciente e flexível

Adapte-se às necessidades do estudante, compreenda suas especificidades e tenha resiliência com as adversidades no processo de aprendizado. 

Conclusão

A analista do PSAI também aproveitou para fazer uma reflexão sobre o tema e reforçou a importância da inclusão. “Somos mais de 8 bilhões de pessoas no mundo, mas, cada indivíduo é um ser único. Essas dicas podem ajudar a criar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e eficaz para alunos com autismo, promovendo o desenvolvimento acadêmico, social e emocional. Abraçar o autismo é celebrar a beleza da diversidade humana e o poder da individualidade”, diz a psicopedagoga Letícia Bonifácio Lievana.

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