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Conselho de Meio Ambiente da CNI discute caminhos para o desenvolvimento da Amazônia

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 26 de outubro de 2020

CNI apresentou plano de ação com oito frentes prioritárias

A indústria brasileira pode se tornar referência no desenvolvimento sustentável e a Amazônia Legal – formada por Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins e Maranhão – tem potencial para o avanço da bioeconomia. A afirmação foi feita por Marcelo Thomé, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na 120ª reunião desse fórum nesta segunda-feira (26).

“O principal desafio do Brasil é comunicar os avanços feitos na área ambiental, sem deixar de combater o desmatamento, que compromete os negócios e projetos do país”, destacou Thomé.

A opinião foi compartilhada por Mauren Lazaretti, presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema). Segundo ela, o combate ao desmatamento ilegal está muito ligado a políticas de comando e controle, que são limitadas. “Não haverá avanços expressivos se não houver ligação com justiça social e políticas de desenvolvimento. Apesar de ser a maior floresta tropical do mundo, a Região Amazônica possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país”, afirmou. 

Maren defendeu três pilares para impulsionar a produção sustentável na região: a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR); o licenciamento ambiental; e fiscalização e monitoramento.

Para contribuir com a agenda de desenvolvimento da Amazônia, a CNI elaborou uma proposta de plano de ação para impulsionar negócios na região com oito frentes prioritárias: coordenação de ações; regularização fundiária; ações de comando e controle; instrumentos de ordenamento e planejamento territorial; concessão florestal; bioeconomia; mudanças climáticas; e saneamento ambiental.

Segundo Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, as prioridades foram construídas com base em tendências mundiais que buscam soluções para reduzir a perda da biodiversidade e os efeitos das mudanças climáticas. “O acordo Mercosul-União Europeia contempla critérios estabelecidos no Acordo de Paris”, comentou.

Sistemas de monitoramento avançados

João Pessoa Riograndense, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apresentou a evolução dos sistemas integrados de gestão florestal Sinaflor e Sinaflor+, que monitoram a origem e exploração da madeira; o DOF, de transporte, estoque e comércio; e a plataforma Pau-Brasil, para rastrear o comércio internacional da madeira.

Segundo ele, o principal desafio no momento é construir um sistema efetivo de rastreabilidade da madeira a partir do transporte até chegar no consumidor final. “Iremos realizar seminário no dia 20 de novembro com cadeias produtivas com cadeias com sistema de rastreabilidade mais evoluídas para inspirar o Ibama”, disse Riograndense.

As ações do Ibama contam com reforço de dados sobre desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece dados quase em tempo real. Conforme Gilvan Sampaio, coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, o órgão conta com três modelos de monitoramento: o Prodes, com dados de desmatamento anuais; o Deter, com dados diários; e o Deter Intenso, com alertas quase em tempo real. “Os sistemas possuem elevada confiabilidade e não sofrem intervenções políticas”, destacou Sampaio.

Claudinei Freitas, representante do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), disse que o Brasil deve divulgar mais as experiências de manejo florestal sustentável e a profissionalização do setor de base florestal. “Não se há notícias de queimadas em territórios em que permite o manejo sustentável de floresta”, afirmou.

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