Os transportes rodoviários do Brasil registravam na última semana uma queda de 44,84% na demanda em comparação com o período pré-pandemia de coronavírus, o que indica uma leve melhora em relação à semana anterior, apontou pesquisa da NTC&Logística divulgada nesta terça-feira.
Até a semana passada, a quinta em que a associação de empresas realizou medições, a queda verificada era de 45,2%. Essa é a primeira vez desde o início das sondagens que o indicador não apresenta uma queda semanal.
Segundo a NTC&Logística, a leve alteração pode indicar a estabilização da curva de queda de demanda por cargas no Brasil em meio às restrições de movimentação para evitar o avanço da Covid-19.
“Conseguimos ver uma pequena retração e acredito que a tendência é estabilizar e começar a melhorar”, disse em nota o presidente da associação, Francisco Pelucio.
O levantamento indicou também que o percentual de empresas que tiveram queda no faturamento em função da pandemia tem se estabilizado, com o índice passando de 89% na pesquisa anterior para 90% nesta.
Para cargas fracionadas, as que contêm pequenos volumes, a sondagem indicou que a queda de demanda atingiu 47,31% em relação aos níveis pré-coronavírus, pequena melhora em relação à semana passada, apontou a NTC&Logística.
Já para cargas lotação ou fechadas, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são utilizadas especialmente nos segmentos industriais e agrícolas, a retração até a última semana atingia aproximadamente 43%, quase em linha com a pesquisa anterior.
“Não podemos deixar de lado que para alguns segmentos será mais difícil a recuperação, mas com a retomada das atividades e com os devidos cuidados para mantermos a saúde de todos, conseguiremos sair o mais rápido possível desta crise”, afirmou Pelucio.
O setor do agronegócio registra queda de 25,55% na demanda por transportes rodoviários, sendo um dos menos afetados. O melhor desempenho, no entanto, está nas cargas para a indústria farmacêutica, com redução de 8,75%.
A pior performance, ainda segundo a NTC&Logística, é para transportes da indústria de linha branca, com queda de 75% na demanda.