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Doha e ampliação das relações comerciais dominam discurso de líderes políticos

Por Portal da Indústria - Publicado 05 de julho de 2007

Diante de uma platéia de empresários brasileiros, portugueses e de outros países europeus, a maioria

Diante de uma platéia de empresários brasileiros, portugueses e de outros países europeus, a maioria deles presidentes de grandes conglomerados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o avanço das negociações na OMC, particularmente a Rodada de Doha, que garante mais equilíbrio nas negociações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. "Numa negociação de compra, se o comprador e o vendedor saírem com a sensação de que ganharam alguma coisa o acordo é perfeito. Por isso as pessoas se casam, pois os dois pensam que vão ganhar", comparou, arrancando risos.

Lula destacou que "os governantes estão aprendendo que a melhor forma de fazer um país crescer é buscar o desenvolvimento sustentável e para isso é necessário "investimentos em infra-estrutura e, principalmente, na formação de profissionais altamente qualificados", avalia. Além de elogiar a iniciativa das lideranças empresariais do Brasil e da Europa, particularmente de Portugal, o presidente brasileiro fez menção ao peso da inovação na competitividade em um mundo de economias globalizadas e lembrou que relações bilaterais vão além do comércio e investimentos, instando o setor privado a garantir o adensamento das relações econômicas entre os blocos Mercosul e União Européia. "É fundamental que os empresários sejam nossos sócios nesta empreitada, ajudem a aprimorar uma relação que já é excelente, mas promete mais", disse Lula, acrescentando que somente "um fórum de alto nível pode conferir impulso ainda maior" aos projetos já identificados.

O presidente brasileiro discursou imediatamente depois de receber, a exemplo do presidente da União Européia, José Manuel Durão Barroso e do primeiro-ministro português, José Sócrates, a Declaração Conjunta UE-Brasil, entregue pelos empresários Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, e Ernest-Antonine Seillière, da Businesseurope.

Durão Barroso abriu seu discurso respondendo à pergunta de uma jornalista que o abordara à entrada da Cimeira Empresarial. "Qual a importância desta cimeira?", ela perguntou. "Respondo destacando um só ponto: o investimento europeu no Brasil é maior que a soma dos investimentos em todos os outros países integrantes dos chamados Brics (Brasil, Rússia, Indía e China)", afirma. Segundo ele, isto demonstra "a importância e a confiança" que a União Européia dá e tem no Brasil.

Ao comentar o peso mínimo de 1,8% do comércio entre Brasil e União Européia, suscitou os empresários a fazer tal número crescer. "Isto daria às relações comerciais entre Europa e um país líder da América Latina o patamar que merecem. O presidente da União Européia lembrou que foi de Portugal a sugestão de que o Brasil se tornasse um parceiro estratégico da União Européia, o que se concretiza com realização das cimeiras econômica e política", diz.

Quanto à Rodada de Doha, Barroso sustentou que seu sucesso é essencial por uma razão de política global. "Não se pode ser multilateralista na política e unilateralista na economia", demarcou. Respondendo aos empresários, apontou como focos prioritários as áreas de infra-estrutura e energia, particularmente o biocombustível, no qual reconhece o Brasil como líder.

O primeiro-ministro português José Sócrates reforçou que a Cimeira preenche uma lacuna na política externa européia em relação aos Brics, "conseqüência incontestável do papel assumido pelo Brasil tanto no cenário regional quanto no mundial". Ao dizer que o biocombustível é uma prioridade na Europa, elogiou a assinatura de um acordo entre a empresa portuguesa de petróleo, Galp, e a Petrobras, que prevê a constituição de uma empresa com foco no biodiesel, "instrumento poderoso na redução das emissões de CO2".

Antes de receber os líderes políticos, os empresários do Brasil e da União Européia receberam, durante o almoço no Parque das Nações, na área mais nova de Lisboa, os ministros portugueses das Relações Exteriores, Luiz Amado, e da Economia, Manoel Pinho, além do ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge e dos comissários europeus nas negociações de Doha, Peter Mendelson e Benita Ferrero-Waldner.

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