Agricultor desde criança, Amadeu Avelino, aos 73 anos, conhece na pele a dor de perder a lavoura por falta d´água. “É triste. A gente vê o suor e o trabalho de meses se acabando em pouco tempo. Quando isso acontece, o jeito é apelar para Deus em forma de prece”, disse.

 

Prece que chegou aos céus e se fortaleceu na terra, com a cruz de latas, erguida no centro da cidade de Monteiro, Cariri paraibano, a 319km da capital. Símbolo de luta de um povo, a cidade é uma das mais castigadas pela falta de recursos hídricos. É no município que desemboca o eixo leste do projeto de transposição, que trará água diretamente para a Paraíba, em 2010.

O arcebispo da Paraíba e presidente do Comitê Pró-Transposição na Paraíba, Dom Aldo Pagotto foi um dos organizadores do ato público em defesa da interligação das bacias do “Velho Chico”. Ele destacou que a iniciativa objetiva mostrar às pessoas, em linguagem simples, o que é o projeto de transposição de águas do São Francisco e como a água chegará aos estados receptores: Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Por conta do ato, Monteiro parou para prestigiar o evento que recebeu a visita de cerca de 40 representantes de municípios vizinhos, além de deputados estaduais e federais, como o deputado Marcondes Gadelha. “Depois de tanto suor, lágrimas e incompreensões, é muito gratificante ver as águas do São Francisco ‘correrem’”, concluiu.

Geddel Quadros Vieira Lima, Ministro da Integração Nacional, também prestigiou o ato público em defesa da transposição e garantiu que o governo Lula está empenhado e com esforço máximo para tocar a obra com toda força, investindo cerca de R$ 5 bilhões. “Isso mostra que o povo do Nordeste tem interesse nessa iniciativa que é importante, sobretudo porque é uma obra que faz bem a milhões de brasileiros e não prejudica a sequer nenhum. E vocês não tenham dúvida de que todos os esforços do Presidente e do Ministério são para inaugurar o eixo leste ainda no governo de Lula, em 2010”, enfatizou.