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Expansão da indústria está concentrada em poucos setores, explica economista da CNI

Por Portal da Indústria - Publicado 13 de junho de 2007

A recuperação do crescimento da indústria brasileira está concentrada em poucos setores produtivos,

Brasília - A recuperação do crescimento da indústria brasileira está concentrada em poucos setores produtivos, principalmente naqueles que são favorecidos pelas vendas de álcool, informam os Indicadores Industriais de abril, divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O que chama a atenção nessa edição dos Indicadores é o caráter concentrador. Existem setores com desempenho muito bom, que carregam os demais setores", afirmou Paulo Mol, economista da Unidade de Política Econômica da CNI. O setor de alimentos e bebidas, por exemplo, puxou para cima as horas trabalhadas na produção e as vendas reais.

As horas trabalhadas na produção, indicador que mostra o quanto a indústria deverá crescer nos próximos meses, subiu 0,8% em abril ante março, no dado livre de influências sazonais, e 6,6% em relação a abril de 2006. "O setor de alimentos e bebidas explica 80% do crescimento dessa variável. É um setor que tem sido muito influenciado pelo comportamento do álcool e também da carne", explicou Mol. Muitas empresas produtoras de álcool são classificadas como de alimentos e bebidas, por também produzirem açúcar. Além disso, as exportações de carnes bovinas, suínas e de frangos têm crescido muito.

O economista lembrou que as horas trabalhadas na produção crescem há três meses consecutivos. "Quando uma variável cresce três meses consecutivos, já dá uma idéia confiável da trajetória. Então, podemos prever o crescimento da indústria nos próximos meses", disse. De acordo com o economista, o ritmo de crescimento das horas trabalhadas é importante. "Existe a persistência do crescimento e o ritmo também está forte, uma vez que cresceram 6,3% ante abril do ano passado."

As vendas reais da indústria caíram 0,9% em abril ante março, no dado com ajuste sazonal. A causa, segundo Paulo Mol, foi a valorização de 2,7% do real frente ao dólar no período. Porém, na comparação com abril do ano passado, houve crescimento de 6,6%. De janeiro a abril, a expansão das vendas foi de 4,8% ante igual período do ano passado. De novo houve concentração dos setores que puxaram o crescimento.

As vendas foram positivamente influenciadas pelos setores de alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, produtos químicos, metalurgia básica e refino de petróleo e álcool. No total, esses setores explicam 80% do crescimento das vendas de janeiro a abril sobre o mesmo período do ano passado. "O setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, tem crescido pela influência do setor de alimentos e bebidas, principalmente por conta do açúcar e do álcool", contou Paulo Mol.

Para ele, o bom momento da indústria brasileira, mesmo que não espalhado por todos os setores, será seguido de uma expansão no emprego. "Alguns dos setores que estão indo bem são intensivos em mão-de-obra", ressaltou o economista da CNI.

A utilização da capacidade instalada não preocupa a entidade. Segundo Paulo Mol, ela tem crescido constantemente, mas de maneira previsível e sem sobressaltos, o que permite ao empresariado o planejamento de novos investimentos. "A gente já percebe o crescimento do investimento, da formação bruta de capital fixo. Os empresários estão melhorando o parque industrial pouco a pouco." Desse modo, explicou o economista, não existe temor de inflação de demanda, aquela provocada pela falta de produtos diante do aumento das compras do consumidor.

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