Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra queda do emprego em fevereiro entre as empresas de menor porte. O índice de evolução do número de empregados ficou em 48,5 pontos no caso das pequenas empresas e 49,5 pontos, no caso das médias empresas. A produção das pequenas e médias empresas também caiu no mês. A Sondagem Industrial foi feita com 1.950 pequenas, médias e grandes indústrias entre os dias 2 e 11 de março, antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia de coronavírus.
Os índices variam de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 pontos sinalizam queda no indicador ante o mês anterior. O levantamento mostra que, apesar do número de empregados ter caído nas pequenas e médias empresas, ele aumentou nas grandes: 51,9 pontos. Diferença significativa de performance por tamanho da empresa também foi observada na produção. As indústrias de maior porte tiveram crescimento (50,9 pontos). A última vez que as grandes empresas tinham aumentado a produção em fevereiro havia sido em 2011 (51,9 pontos).
O estudo da CNI também avalia a Utilização da Capacidade Instalada (UCI). Esse indicador ficou em 68% em fevereiro, 1 ponto percentual acima do registrado em janeiro e 2 pontos percentuais acima de fevereiro de 2019. O percentual é o maior para o mês desde 2014, quando alcançou 72%.
“A UCI das grandes aumentou 2 pontos percentuais na passagem de janeiro para fevereiro de 2020, para 73%. O percentual é 4 pontos superior ao registrado em fevereiro de 2019 e próximo do patamar pré-crise de 75%, observado em todos meses de fevereiro entre 2011 e 2014”, pontua o relatório da Sondagem Industrial.
Sondagem Industrial mostra recuo nas expectativas do setor
A análise destaca que, apesar de os índices de expectativas terem caído de fevereiro para março, eles continuam bem acima da linha divisória de 50 pontos. Ou seja, os empresários mostram expectativa de aumento da demanda e da quantidade exportada, assim como elevação nas compras de matérias-primas e do número de empregados para os próximos meses.
Na comparação com março de 2019, a maioria dos índices mostra queda moderada do otimismo; a exceção é o índice de expectativa do número de empregados, que mostra perspectivas mais otimistas na mesma comparação.
A leve queda em março também foi observada no índice de intenção de investimento, que recuou 0,4 ponto na comparação com fevereiro, para 58,3 pontos. Mesmo com a segunda retração no ano, o indicador é 2,9 pontos maior que o registrado em março de 2019 e está no maior patamar para o mês desde 2014, quando alcançou 58,7 pontos.