O Fórum das Empresas Transnacionais (FET), grupo composto por empresas brasileiras com investimentos produtivos no exterior, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recebeu o Prêmio Marco Maciel: Ética e Transparência na Relação entre o Público e o Privado – Edição 2019, na categoria atividades internacionais. A premiação ocorreu no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, nesta terça-feira (13), em Brasília, e foi criada pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG) para destacar as melhores práticas do mercado.
O FET foi criado há seis anos para atuar junto ao governo na defesa de interesses das empresas brasileiras com investimentos no exterior. O Fórum mantém relações governamentais diretas, com interação com os poderes Executivo e Legislativo no Brasil e com governos em outros países, além de elaborar de forma consistente estudos e pesquisas sobre a importância dos investimentos no exterior. Esses estudos também contemplam políticas públicas importantes para ampliar a presença das empresas nacionais no exterior.
"A internacionalização produtiva das empresas brasileiras sofreu um grande preconceito ao longo de muitos anos. O FET mostrou ao longo de seis anos é que investir fora traz benefícios para a economia brasileira e que é possível estabelecer relações éticas com o governo e ter resultados concretos para a competitividade das multinacionais brasileiras", diz o diretor de Desenvolvimento Econômico da CNI, Carlos Abijaodi.
Importância e resultados – De acordo com Abjiaodi, a multinacionais investem mais em pesquisa e desenvolvimento dentro do Brasil, aumentam suas exportações a partir do Brasil e são 30% mais produtivas que outras grandes empresas não internacionalizadas. Com base em relações transparentes e com engajamento direto de alta diretoria das empresas transnacionais brasileiras de mais de 10 setores, o FET mostrou que é possível estabelecer um padrão ético e transparente com o governo. Desde 2013, o FET defendeu 65 grandes medidas de apoio a competividade das multinacionais brasileiras e 23 delas já foram implementadas pelo Poder Executivo ou Legislativo.
O mecanismo atua em quatro frentes: tributação dos investimentos; trabalhista e previdenciário; financiamento e garantias; e facilitação de investimentos. Desde 2013, já publicou dez grandes estudos com recomendações de políticas públicas propôs 65 medidas, sendo que desse total 23 já foram adotadas para incentivar atividades inovadoras em cerca de 40 empresas de diversos setores como construção, mineração, químico, alimentos e bebidas.
O gerente de Negociações Internacionais da CNI e secretário executivo do FET, Fabrizio Panzini, explica que é preciso atualizar o mecanismo conforme o tempo passa, para oferecer mais serviços às empresas e, principalmente, mostrar ao governo os benefícios da internacionalização.
“Por conta de atitudes erradas de algumas instituições no passado, as empresas ainda sentem medo de fazer negócios fora do Brasil. Nós nos preocupamos com isso e mostramos que, na verdade, existem muitos benefícios como aprender a aplicar soluções modernas de outros países no nosso país e movimentar o capital com mais frequência por meio das exportações”, explica Panzini.
O desenvolvimento de estudos com dados econômicos é outro diferencial do FET, pois demonstra a importância e a relação de investimentos no exterior com mais exportações, inovação e produtividade.
“Entre outubro de 2018 a fevereiro de 2019, a entrada em vigor do Acordo Previdenciário entre Brasil e Estados Unidos, a tramitação do Projeto de Lei do Senado 138/2017, a aprovação do Decreto Legislativo relativo ao Protocolo de Investimentos do Mercosul, melhoria da lei de Preços de Transferência pela Instrução Normativa 1870/2019, são exemplos concretos de medidas que tiveram ação direta do FET”, afirma Panzini.
PREMIAÇÃO – Lançado pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG), o prêmio Marco Maciel foi criado para propagar a importância da atividade de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) no Brasil, premiando instituições que, por intermédio de personalidades, profissionais, acadêmicos, autoridades públicas e jornalistas, venham a colaborar de forma ética, transparente e legal com o fortalecimento da atividade.