
O avanço do crime organizado no setor de revenda de combustíveis; o mercado ilegal de cigarros eletrônicos; e o contrabando de cigarros e bebidas são alguns dos crimes mais onerosos para o Brasil e menos perceptíveis como ilegais para a sociedade.
A reflexão é do deputado Júlio Lopes (PP/RJ) que participou, nesta segunda-feira (7), da primeira reunião de 2025 do Grupo de Trabalho (GT) Brasil Legal, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que busca um diagnóstico preciso do impacto da ilegalidade sobre as empresas industriais brasileiras, com o objetivo de desenhar e propor soluções para reduzir os impactos da ilegalidade no setor industrial do país.
“A ilegalidade está diretamente ligada a uma falha na segurança pública do país. Comprar e vender produtos ilegais é um crime que assalta a nossa economia e coloca as indústrias brasileiras em uma corrida injusta, com um comércio desleal”, ressaltou o parlamentar.
Durante o encontro do GT, foi dito ainda que é preciso sensibilizar a sociedade sobre a gravidade dos crimes de contrabando e comércio ilegal, tanto para ajudar a fortalecer os projetos de segurança pública, quanto a pauta de desenvolvimento econômico e social do Brasil. O parlamentar também pediu apoio do setor industrial para a criação de uma Comissão Especial Mista, no Congresso Nacional, para atuar no combate à ilegalidade e ao crime organizado.
O GT Brasil Legal trouxe ainda a participação de Leandro Piquet, professor e pesquisador da USP para falar sobre os principais dados e caminhos para a segurança pública. Segundo ele, o Brasil necessita de uma frente de segurança pública transversal, com proposições que discutem a reforma no sistema prisional, o endurecimento de penas e a possibilidade de parcerias público-privadas para o enfrentamento do mercado ilegal no país.
Marcos Lutz, diretor presidente do Grupo Ultra, comentou sobre o avanço do crime organizado no setor de combustíveis e disse acreditar que “a incapacidade do Estado brasileiro de coibir o crime pode ser um dos grandes motivos do crescimento do problema no país”.
O diretor da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (ABIFUMO), Edmilson Alves, apresentou dados sobre o contrabando de cigarros no Brasil e o crescimento do mercado ilegal de cigarros eletrônicos.
Segundo ele, 32% dos cigarros comercializados no país é do comércio ilegal e movimenta o equivalente a R$ 9 bilhões para o crime organizado no país. O diretor da ABIFUMO ainda explicou que a maioria dos produtos é do Paraguai e entra no Brasil por gargalos de fiscalização nas extensas fronteiras. “O comércio ilegal de cigarro gera prejuízos para os cofres públicos, financia o crime organizado e ainda gera riscos fitossanitários para a sociedade”, destacou.