A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a decisão do Banco Central (BC) de cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual vai no sentido correto. Entretanto, os efeitos da pandemia do coronavírus sobre a atividade econômica, com reflexos negativos sobre o crescimento da economia nacional e mundial, exigem um afrouxamento monetário mais agressivo.
“Há necessidade de reduções adicionais da Selic. A medida tem impacto direto sobre a situação financeira das empresas, que tende a se deteriorar durante o período pela queda na produção e nas vendas devido às restrições de circulação preventivas”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Segundo o presidente da CNI, a magnitude dos cortes dependerá tanto da repercussão do novo coronavírus na economia doméstica e no resto do mundo, como da resposta da atividade econômica às medidas, atuais e futuras, anunciadas pelo governo federal.
A flexibilização da política monetária em outros países tem focado na contenção dos impactos do novo coronavírus sobre suas economias. O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve - Fed) diminuiu a taxa de juros por duas vezes em menos de duas semanas. Os cortes somaram 1,5 ponto percentual, levando os juros americanos a variar de 0% a 0,25%. Em outras economias, mesmo nas quais a taxa básica de juros já se encontrava em baixo patamar, cortes também foram anunciados. É o caso da China, Inglaterra, Canadá, Austrália e Malásia.
As projeções de inflação no Brasil encontram-se abaixo do centro da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2020, de 4% ao ano. A condução da política monetária do BC tem mantido as expectativas com relação à inflação controladas, o que facilita a convergência dos preços em direção às metas para os próximos anos.