Em um mercado que valoriza cada vez mais a sustentabilidade, a empresa de tecnologia HP Brasil reformulou todo o seu processo de produção ao longo dos últimos anos e se tornou referência na integração de princípios de economia circular, voltada ao melhor uso de recursos naturais, à política industrial. O esforço levou a empresa não apenas a conquistar prêmios, mas também apresentar resultados concretos na redução do uso de insumos e de energia.
Até hoje, a HP Brasil já fabricou mais de 8,6 milhões de impressoras com conteúdo plástico reciclado. Além disso, 100% dos cartuchos de toner originais da HP e 80% dos cartuchos de tinta originais da HP são fabricados com conteúdo reciclado.
“O tema sustentabilidade já não é novidade entre nossas ações. O nosso programa de reciclagem global, Planet Partners, foi criado em 1991. Na época, ainda não existia o conceito de economia circular, mas ele já embutia um senso de desenhar produtos que tivessem esse drive de sustentabilidade”, afirma a gerente de sustentabilidade da HP Brasil, Paloma Cavalcanti.
O Planet Partners foi lançado oficialmente no Brasil em 2008, com o programa de reciclagem de cartuchos. Até hoje a HP Brasil já coletou e reciclou mais de 6.300 toneladas de equipamentos e suprimentos de impressão originais HP. A meta global da empresa é reciclar 1,2 milhão de toneladas até 2025.
Em 2012, a HP Brasil começou a realizar os primeiros protótipos e testes para reutilização de resina plástica em impressoras. Em 2017, a empresa lançou a impressora Tanque de Tinta com conteúdo plástico reciclado proveniente de outros produtos HP em fim de vida útil, que foram coletados por meio do programa de reciclagem Planet Partners. Atualmente, a impressora Tanque de Tinta possui uma taxa de 23% de conteúdo reciclado.
Neste mês de agosto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) completa 10 anos. O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, avalia que a indústria brasileira voltou seu olhar para a gestão de resíduos muito tempo antes da aprovação dessa política, o que é evidenciado pelo caso da HP Brasil.
“Essa política trouxe avanços para o sistema de logística reversa. O setor industrial, que antes mesmo da publicação da lei destinava os resíduos industriais de forma correta, contribui de forma significativa para a implementação da política. Entre as iniciativas, há os acordos setoriais, o apoio ao desenvolvimento dos sistemas de informação e a busca de soluções para aproveitamento de resíduos em diversos setores”, afirma Bomtempo.
HP Brasil é referência nacional em economia circular e sustentabilidade
Com o seu esforço na implementação de práticas sustentáveis, a HP Brasil foi finalista, em 2018, no prêmio The Circulars, na categoria Circular Economy Tech Disruptor, reservado a empresas que usam a tecnologia a favor da economia circular. Na avaliação dos organizadores, ao integrar princípios de economia circular à política industrial, a empresa tem sido capaz de resolver um problema que muitos países ainda estão discutindo. Em 2019, a HP Brasil foi incluída pela sexta vez no Guia Exame de Sustentabilidade entre as melhores companhias do setor de eletroeletrônicos.
“No Brasil, temos uma manufatura grande e isso faz com que a gente consiga trabalhar em projetos que em outros países não se consegue, é um diferencial muito forte”, diz Paloma Cavalcanti. Segundo a gerente de sustentabilidade, embora trabalhe integrada à estratégia global da HP, a HP Brasil é tida como um laboratório de inovação. “Diversos projetos desenvolvidos aqui depois são avaliados para ganhar escala globalmente”.
“Por exemplo, a gente desenvolveu uma coleção de resina de plástico branco reciclado antes mesmo de a HP conseguir chegar globalmente a esse nível. Hoje temos um diálogo de como transferir essa tecnologia e nosso aprendizado nos processos”, cita Paloma.
HP faz parceria com cooperativas de catadores e se aproxima do setor informal
Há ainda uma terceira ação da HP Brasil que pode vir a ser referência para outros países: o projeto de parceria com quatro Cooperativas de Catadores no Estado de São Paulo, iniciado em 2018. O objetivo é criar um modelo socioeconômico de integração dessas cooperativas na cadeia de reciclagem da empresa. “É legal porque isso não é só inovação tecnológica, a gente está tentando criar um modelo de inovação social também”, observa Paloma Cavalcanti.
Para a gerente de sustentabilidade, o Brasil, como um país emergente, tem um desafio grande no que diz respeito à gestão de resíduos. “O eletroeletrônico é o resíduo mais valioso dentro da cadeia e grande parte dele está na mão do setor informal. Isso não é uma realidade só do Brasil, mas global, acontece na África do Sul, no restante da América Latina e na Índia”.
Paloma ressalta que trabalhar com o setor informal sempre foi um tema sensível para a indústria de TI e a HP Brasil foi pioneira na criação de fórmulas eficientes para integrar e aproximar a indústria de tecnologia das cooperativas. “Depois que começamos a desenvolver o projeto, dois países, Índia e África do Sul, têm interesse em copiar o modelo tão logo terminemos a experiência”.