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Inaugurado Centro de Couro Calçadista de Campina Grande

Por Syusk Santos - Campina Grande/PB - Publicado 19 de junho de 2007

A cidade brasileira que realiza o Maior São João do Mundo e que, hoje é a maior produtora nacional d

Governo, sociedade e empresários em ação conjunta
Governo, sociedade e empresários em ação conjunta
A cidade brasileira que realiza o Maior São João do Mundo e que, hoje é a maior produtora nacional de sandálias sintéticas do Brasil – com 150 milhões de pares por ano – agora é contemplada com o Centro de Couro Calçadista de Campina Grande “Manoel Raimundo Souto”, uma homenagem póstuma ao industrial que muito contribuiu para o segmento no estado da Paraíba.

 

 

Localizado no bairro de Bodocongó, em ponto estratégico, próximo ao Centro de Tecnologia do Couro e Calçado – SENAI/CTCC, o empreendimento conta com uma área de 10 mil m², com capacidade de abrigar 18 empresas, estando concluídos seis módulos, com previsão para mais 12 no ano de 2008, que totalizam um investimento de R$ 5 milhões, por parte da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba – CINEP.

 

Inaugurado pelo governador do estado Cássio Cunha Lima, acompanhado do Presidente da FIEP, Francisco Gadelha, o Centro de Couro Calçadista vai gerar mais de 1500 empregos. No local, já estão funcionando as empresas: Calçados Donna, Milleny, Adriana, Florêncio e a Montenegro. “O complexo permite que a ação conjunta das empresas possa conquistar novos mercados, com geração de emprego e renda”, disse o governador, em seu discurso.

 

Segundo a FIEP, o Centro é o primeiro grande cluster do

Gadelha em pronunciamento
Gadelha em pronunciamento

estado, que reúne o governo, a sociedade civil organizada e os empresários, constitui um sítio para desenvolver o segmento. “O governador entendeu o objetivo do SENAI/CTCC. Agora, os interessados no ramo calçadista terão um ponto de referência para comprar, em Campina Grande, o que necessitam. Trata-se, portanto, de um exemplo em empreendedorismo”, disse Gadelha.

 

Em um dos galpões do centro, está instalada a empresa calçadista Donna que, desde 2004 exporta seus produtos para a Alemanha, Chile e Guiana Inglesa. “Acreditamos que, agora, em um amplo espaço poderemos produzir mais, além do que já produzimos”, falou o diretor da empresa, Francimar Carvalho.


Com a instalação do novo centro, o Pólo de Couro e Calçados da Paraíba, formado pelas cidades de Campina Grande, Patos, região metropolitana de João Pessoa, Guarabira, Catolé do Rocha e Sousa, passa a agregar cerca de 400 empresas formais do ramo, com mão-de-obra formada por mais de 10 mil profissionais, o equivalente a 18% do emprego industrial paraibano, segundo dados do Sindicato de Couro e Calçados da Paraíba. “A inauguração dessa primeira etapa era tudo o que o setor mais esperava”, concluiu o presidente do Sindcalçados, Sebastião Acioly.

Referência para bons negócios
Referência para bons negócios

Campina Grande - Maior produtora nacional de sandálias sintéticas do Brasil, a cidade de Campina Grande convive com grandes empresas do setor, como a São Paulo Alpargatas – responsável pela maior parte da produção das sandálias ( milhões de pares/ano, da famosa Havaianas). O ano de 1923 é tido como o início da industrialização do couro em Campina Grande, graças a implantação de um curtume. O setor se desenvolveu devido à estratégica localização da cidade. O apogeu da indústria de calçados se deu no período que vai da 2ª Guerra Mundial até meados dos anos cinqüenta. Nequela época, Campina Grande exportou até para os Estados Unidos. A partir dos anos 60 o setor entrou em declínio, mas ainda hoje, a cidade ostenta o título de maior pólo calçadista do Nordeste e o 5º do Brasil, perdendo apenas para Novo Hamburgo (RS), Franca (SP), Birigui (SP) e Nova Serrana (MG). Atualmente a cidade conta com 450 empresas formais e informais. A maior concentração dessas empresas é no bairro de José Pinheiro e suas adjacências. A produção de calçados gira em torno de 160 mil pares/ano. Campina Grande conta ainda com um centro de excelência especializado: o Centro de Tecnologia de Couro e do Calçado Albano Franco. O Centro em parceria com o Sebrae e o Sindicalçados realiza o Projeto Setorial Integrado (PSI), cujo objetivo é a internacionalização das empresas. O escritório localizado no CTCC, conta com profissionais da área de comércio exterior, que trabalham no sentido de preparar as empresas para exportação.


Tradição secular -
A produção de artefatos de couro está profundamente ligada às tradições culturais nordestinas. No século XVI, artesãos fabricavam uma gama de produtos que vão desde utensílios domésticos a calçados, onde se destacam o gibão, chapéu, cinto, botinas, sapatos e chinelos. A partir do século XVIII, o uso do gado foi intensificado nos canaviais e lavouras, acelerando a indústria do couro, um período conhecido como ciclo do gado. Desde o início da colonização, o couro já denotava uma vocação para exportação, sendo um dos primeiros produtos a serem exportados pelos portugueses. A passagem do artesanato primitivo para estágios industriais ocorreu em Campina Grande.

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