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Indústria mantém recuperação da atividade em maio, diz CNI

Por Portal da Indústria - Publicado 04 de julho de 2007

A indústria manteve a recuperação da atividade em maio, a despeito da contínua valorização do real f

A indústria manteve a recuperação da atividade em maio, a despeito da contínua valorização do real frente ao dólar, segundo mostram os Indicadores Industriais divulgados ontem, 3 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. As horas trabalhadas na produção cresceram pelo quarto mês consecutivo, tendo aumentado 1,1% em maio ante abril, no índice dessazonalizado, acumulando 3,6% de aumento nos primeiros cinco meses do ano. Essa variável é a mais ligada à produção física e indica, portanto, que a indústria teve de produzir mais em maio para dar conta da demanda dos consumidores.

Esse maior dinamismo da indústria foi acompanhado pelo crescimento da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que em maio chegou a 82,7%, no índice dessazonalizado, ante 82,5% de abril e 80,8% de maio do ano passado. Esses fatores levaram tanto ao crescimento da mão-de-obra contratada quanto dos salários pagos.

O pessoal empregado aumentou em 0,5% em maio ante abril, no índice sem os efeitos sazonais e de calendário. Na comparação com maio do ano passado, o indicador cresceu 3,5%. Nos primeiros cinco meses do ano, o nível de emprego na indústria acumula alta de 3,4% ante igual período de 2006. A remuneração paga ao trabalhador industrial cresceu 0,9% em maio ante abril, no índice original. No ano, o crescimento é de 5,5% ante o mesmo período do ano passado.

O indicador destoante foi o de vendas reais que, pelo segundo mês consecutivo, registrou queda. Dessa vez, o recuo foi de 0,5% ante o mês anterior. Na comparação com maio do ano passado, no entanto, houve aumento de 0,9%. No acumulado do ano, o crescimento ainda é positivo, de 4% ante os cinco primeiros meses de 2006.

De acordo com Paulo Mol, economista da CNI, o dólar desvalorizado explica essa situação. "É um problema tanto para as empresas exportadoras quanto para as que disputam o mercado interno", definiu. "Aquelas que exportam estão perdendo receita quando transformam o dólar em reais, porque hoje um dólar compra menos reais. E as que disputam o mercado interno estão tendo que abaixar preços e cortar margens de lucro para poder competir com os importados, que estão entrando muito mais baratos", explicou.

Ou seja, como a demanda está em alta e os preços estão caindo, a produção tem crescido. Assim, as horas trabalhadas na produção e o nível de utilização da capacidade instalada aumentaram sensivelmente. Por outro lado, como faturamento é o resultado da relação entre volume de vendas e valor unitário e as empresas estão diminuindo as margens, mesmo produzindo mais o faturamento teve duas quedas consecutivas.

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