Depois da aprovação da reforma da Previdência, a indústria se organiza para buscar soluções e traçar estratégias para estimular o crescimento das regiões menos desenvolvidas. Apesar de concentrarem 60% dos estados do país, Norte e Nordeste respondem por menos de 20% do PIB industrial brasileiro.
O seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades vai reunir nesa segunda-feira (28) na Confederação Nacional da Indústria (CNI), lideranças empresariais do país, parlamentares e especialistas no assunto para debater alternativas de desenvolvimento da indústria nessas regiões. Na ocasião, será assinado o Acordo de Cooperação entre a CNI e a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que prevê a elaboração de estudos técnicos, realização de treinamentos e ações junto ao empresariado.
“Os indicadores mostram que precisamos avançar para reduzir os desequilíbrios”, comentou o presidente da Associação Nordeste Forte, Amaro Sales. “O desenvolvimento da indústria em regiões mais carentes representa a melhor solução para reduzir o crescente abismo entre os mais ricos e mais pobres”, completou o presidente da Ação Pró-Amazônia, José Adriano Ribeiro da Silva. Estudos da CNI revelam que a cada R$ 1 produzido na indústria, são gerados R$ 2,4 na economia brasileira.
Na programação, uma palestra sobre Políticas do Governo Federal para o Desenvolvimento Regional e painéis para tratar da Reforma Tributária e Desenvolvimento Regional; da Dinâmica Territorial da Indústria Brasileira: trajetória recente; e Renegociação de dívidas dos Fundos de Investimentos (FINOR e FINAM) e Incentivos Fiscais de IRPJ.
Atualmente, existem 1.736 empresas beneficiárias em situação de inadimplemento, sendo 1.083 com carteira de títulos do FINOR (BNB) e 653 com carteira de títulos do FINAM (BASA). Essas empresas acumulam um passivo de R$ 44 bilhões, sendo que o percentual de inadimplência alcança cerca de 99% desses empreendimentos. O nível de individamento é justificado pela inadequada sistemática aplicada aos fundos pelas instituições financeiras.
REFORMA TRIBUTÁRIA - Além de defender os instrumentos de estímulo ao desenvolvimento regional, inclusive no âmbito da reforma tributária, as lideranças da indústria sustentam a urgência da melhoria da infraestrutura e logística no Nordeste e no Norte do país. “Os mecanismos de incentivo ao desenvolvimento regional são fundamentais para conseguirmos reduzir as desigualdades e promover o crescimento do Brasil”, afirmou o presidente da CNI, Robson Andrade.
O Nordeste e o Norte respondem por apenas 19,6% do PIB industrial brasileiro. Sul e Sudeste concentram 73% do PIB industrial. O PIB per capta também ajuda a ilustrar a diferença regional. O Norte (R$ 13,9 mil) e Nordeste (R$ 16 mil) ficam muito aquém da média nacional (R$ 26 mil).
O seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades será aberto ao público e contará com a participação do Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, senador Izalci Lucas, do presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados, deputado federal Atila Lins (PP/AM), do presidente da Associação Nordeste Forte, Amaro Sales, e do presidente da Ação Pró-Amazônia, José Adriano Ribeiro da Silva, de representantes da Casa Civil e da CNI.
Seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades
Data: 28 de outubro
Horário: 13h30 às 18h30
Local: Auditório do Edifício Armando Monteiro, na CNI – SBN Quadra 1, Asa Norte, Brasília (DF)