O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, afirmou nesta quinta-feira (8) que o Brasil precisa investir mais em infraestrutura para que o setor deixe de ser um gargalo e passe a ser um impulsionador para o crescimento do país.
“A melhoria contínua da governança pública e a continuidade dos programas de concessões e privatizações devem ser uma prioridade de Estado”, disse Lucchesi.
“Esse é o caminho que devemos seguir para que o Brasil supere os desafios de transporte e de logística, ganhe competitividade e crie mais oportunidades de negócios, de emprego e de renda, criando um ciclo virtuoso em que a infraestrutura seja um elemento impulsionador, e não um obstáculo ao desenvolvimento brasileiro”, acrescentou o diretor da CNI, durante a abertura do Seminário “Agenda 2030: Desafios da Logística Brasileira para a Competitividade Internacional”, realizado na sede da CNI em Brasília.
O evento foi promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut) e Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), em parceria com a CNI.
Para Lucchesi, apesar dos avanços alcançados com a transferência de ferrovias, terminais portuários e rodovias para a iniciativa privada, o setor de transportes ainda opera com custos elevados e restrições físicas.
“O aumento da participação privada na infraestrutura e as novas formas de parcerias público-privada requerem o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios e das estruturas de administração e de planejamento do setor de transportes”, pontuou.
De acordo com o último relatório Competitividade Brasil, da CNI, o Brasil é o penúltimo (17º) colocado no ranking que avalia a infraestrutura de transporte em 18 economias com características similares à brasileira, e que são nossos concorrentes no mercado internacional.
Em outro levantamento, realizado pela CNI em parceria com o Instituto de Pesquisa e Reputação e Imagem, da FSB Holding, com 2.500 executivos de médias e grandes indústrias, 73% dos entrevistados apontaram os transportes como o principal obstáculo de infraestrutura para as atividades produtivas. Em seguida, os empresários citaram o alto custo dos insumos energéticos.
Durante o seminário, especialistas debateram o déficit de armazenagem e competitividade das hidrovias e dos portos brasileiros, e trataram da logística rodoviária e ferroviária.