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NAC RESPONDE: mulheres empreendedoras conseguem crédito?

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 19 de abril de 2023

Apesar da forte presença no mercado, elas ainda solicitam menos crédito por falta de conhecimento ou necessidade. O NAC explica como esse recurso pode ajudar no crescimento de MPEs e onde buscá-lo


O empreendedorismo se firmou como um caminho para mulheres na busca por uma renda extra, para conquistar a independência financeira ou, mesmo, realizar o sonho do próprio negócio. Segundo análise da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, no quarto trimestre de 2022, cerca de 3,8 milhões de mulheres empreenderam de forma regular, das quais 351 mil estão na indústria. No entanto, considerando que o acesso ao crédito é um desafio significativo no Brasil, qual é o cenário para esse grande contingente feminino?

Os números mostram que há uma necessidade de ampliar o apoio às mulheres empreendedoras. Embora elas estejam presentes no mercado, as mulheres solicitam menos crédito das instituições bancárias para abrir ou investir em seus negócios. Apenas 6% das empreendedoras buscaram apoio em bancos e 78% criaram os negócios com recursos próprios, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Isso ocorre porque elas acreditam que, por terem pequenos empreendimentos, não precisam acessar linhas de crédito. E é aí que se enganam!


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam um crescimento significativo na participação das mulheres na economia empreendedora. Em 1950, apenas 12% dos lares eram liderados por mulheres no Brasil. Em 2000, esse número subiu para 26%. Desde então, essa proporção vem crescendo mais rapidamente, atingindo 35% em 2009, 45% em 2018 e 50% em 2021, com mulheres sendo o pilar financeiro de metade dos lares brasileiros.

É aqui que entra a Rede de Núcleos de Acesso ao Crédito (NAC), criada pela CNI em parceria com as federações estaduais de indústrias. Os NACs oferecem atendimento gratuito para sanar as dúvidas, orientar e incentivar a busca por crédito de forma correta, compreendendo a demanda de cada empreendedora, desmitificando o tema e apresentando soluções viáveis e descomplicadas.

“Muito além da assessoria para crédito, o NAC do Tocantins, por exemplo, pega na mão dessas mulheres e conduz durante todo processo de independência dessa empresa”, reforça Maria Eduarda.

A seguir, o NAC e a analista da FIETO respondem as principais dúvidas das mulheres empreendedoras.


Como crédito pode ajudar minha empresa?

Independentemente do porte da empresa, o valor financiado pode ser investido na compra de novas máquinas para melhorar a produção; na comunicação e divulgação da marca; pode ser utilizado como capital de giro, que é o recurso que ajuda a manter os processos da empresa funcionando; entre outras ações que podem contribuir para o aumento do faturamento do negócio.

LEMBRETE: é importante registrar sua empresa da forma certa, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

“É comum solicitar a ajuda de um contador ao abrir uma empresa, mas é importante que as donas dos próprios negócios entendam o CNAE delas, pois isso pode ser um fator determinante na hora de acessar linhas de crédito. Por exemplo, há linhas de crédito específicas para indústrias e se o CNAE não for industrial, não tem como solicitá-lo”, explica a consultora do NAC.

Existem incentivos e linhas de financiamento próprias para empresas femininas?

Existem iniciativas como o Fundo Dona de Mim, criado pelo Grupo Mulheres do Brasil e comandado pela empresária Luiza Helena Trajano; Empreenda Mulher, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo; Crediamigo Delas, do Banco do Nordeste; e a Banco da Mulher Paranaense, da Fomento Paraná; que buscam facilitar o acesso ao crédito para empresas lideradas por mulheres.

E como consigo acessar esses recursos?

Por meio do NAC, a empresa será orientada a buscar a linha de crédito mais adequada de acordo com o seu perfil e sua demanda. No Tocantins, o NAC faz a mediação entre os empresários e agentes financeiros, sejam bancos públicos, privados, cooperativas de crédito, fintechs, entre outras, de modo a apoiar no acesso ao crédito de forma sustentável.

Além disso, o NAC prepara a empresária para que ela já tenha os documentos necessários e, com isso, tenha mais chances de conseguir o empréstimo.

“O principal é não buscar financiamento sem orientação. Não adianta, por exemplo, buscar o BNDES e tentar pedir crédito no balcão, pois os recursos da instituição são repassados às MPEs por meio dos agentes financeiros credenciados”, exemplifica a analista do NAC Tocantins.

DICA EXTRA: Bancos digitais oferecem praticidade em muitos quesitos, mas quando o assunto é solicitar crédito pode ser um dificultador. Se você deseja empreender, tenha uma conta em um dos grandes bancos como Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, além das cooperativas de crédito, a exemplo do Sicoob e Sicredi.

“Criar esse vínculo com instituições sólidas, ter um gerente, realizar movimentações é muito importante e facilita o acesso ao crédito na hora que é feita a análise do histórico da empresa”, complementa Maria Eduarda.

Quanto tempo vou demorar para quitar esse financiamento?

Depende da linha de crédito e do valor solicitado. Existem opções em que o pagamento é feito em 15 parcelas, sem juros e tarifas. Outras oferecem entre três e quatro meses de carência para começar a pagar, com taxas entre 0,8% e 2,2% ao mês e prazo de pagamento de até 36 meses.

“Cada caso é único e nós ajudamos a analisar todo o cenário para entender se a demanda exige crédito ou não. Pode ser que uma mudança na produção ou no produto seja a solução que a empresa precisa para atingir a meta”, reforça Maria.

Ainda tem dúvidas? Entre em contato com a federação das indústrias do seu estado ou acesse o site do NAC.

NAC RESPONDE

Para sanar dúvidas dos empresários e empresárias, criamos o NAC Responde na Agência de Notícias da Indústria, que é uma série mensal de conteúdos que vai abordar informações sobre  financiamento e crédito para micro e pequenos negócios.

“Por meio das orientações, o NAC busca facilitar o acesso ao crédito de micros, pequenas e médias empresas industriais. Vale lembrar que o crédito é essencial para o funcionamento das empresas, seja para viabilizar novos investimentos, seja para atender às necessidades rotineiras de caixa, via capital de giro”, pontua o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra.

Desde 2015, o NAC assessora MPEs industriais sobre as linhas de crédito disponíveis no mercado, dando suporte com informações sobre documentação, taxas de juros, garantias, número de parcelas, itens financiáveis, entre outras. Saiba mais pelo site do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) ou entre em contato com a federação das indústrias do seu estado.

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