Lideranças da indústria do Norte e Nordeste aproveitaram o seminário Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades para entregar a representantes do governo federal as prioridades para alavancar o crescimento econômico nas duas regiões. As duas publicações apresentam as demandas do setor produtivo de uma forma organizada em pilares estratégicos como financiamento, tributação, infraestrutura de uma forma geral, energia, transportes, saneamento e meio ambiente.
Participantes do evento foram unânimes em defender o desenvolvimento regional como solução para acelerar o crescimento do Brasil. Durante o seminário, foi assinado o Acordo de Cooperação entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), que prevê a elaboração de estudos técnicos, realização de treinamentos e ações junto ao empresariado.
“O desenvolvimento regional é uma questão crucial para o crescimento sustentado do Brasil como um todo”, afirmou a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg. Para o presidente da Associação Nordeste Forte, Amaro Sales, a entrega das programações prioritárias do Norte e Nordeste para representantes do governo representa um momento histórico. “Este momento em que lançamos as bases para o desenvolvimento das nossas regiões ficará marcado na história”, comentou Sales.
“O esforço conjunto é fundamental para reduzirmos as desigualdades no país. A indústria tem tudo para ajudar nesse processo”, completou o presidente da Ação Pró-Amazônia, José Adriano Ribeiro da Silva. Estudos da CNI revelam que a cada R$ 1 produzido na indústria, são gerados R$ 2,4 na economia brasileira.
Apesar de concentrarem 60% dos estados do país, Norte e Nordeste respondem por menos de 20% do PIB industrial brasileiro. A diferença também pode ser percebida no PIB per capta. O Norte (R$ 13,9 mil) e Nordeste (R$ 16 mil) ficam muito aquém da média nacional (R$ 26 mil) nesse indicador.
A Secretária Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano, do Ministério do Desenvolvimento Regional, Adriana Melo Alves, concordou que as diferenças atualmente existentes impactam de uma forma negativa no Brasil. “Todos perdem com o nível de desigualdades que o país apresenta hoje”, comentou.
O deputado federal Marcelo Ramos sustentou que o gasto tributário deve ser revisto no Brasil. “O gasto tributário está concentrado em mais de 50% na região sudeste, que é a mais industrializada e com o maior IDH do país, mas o debate gira entorno dos mecanismos de incentivo ao desenvolvimento do Norte e Nordeste, que atualmente são vilanizados, muito mais por preconceito, não ciência”, disse.
RENEGOCIAÇÃO - Na pauta também entrou a renegociação de dívidas dos Fundos de Investimentos (FINOR e FINAM) e Incentivos Fiscais de IRPJ. Atualmente, existem 1.736 empresas beneficiárias em situação de inadimplemento, sendo 1.083 com carteira de títulos do FINOR (BNB) e 653 com carteira de títulos do FINAM (BASA).
Essas empresas acumulam um passivo de R$ 44 bilhões, sendo que o percentual de inadimplência alcança cerca de 99% desses empreendimentos. O nível de endividamento é justificado pela inadequada sistemática aplicada aos fundos pelas instituições financeiras.