O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu no último dia 11/12, que a política industrial em discussão no governo seja voltada para o maior número de setores produtivos possíveis. "A primeira fase da política industrial elegeu alguns setores e descuidou um pouco de uma visão mais horizontal. Não cabe apenas eleger setores, embora o país possa definir alguns como estratégicos. Mas o que precisamos, fundamentalmente, é ampliar o investimento na indústria em geral", afirmou Monteiro Neto, durante a reunião do Fórum Nacional da Indústria da CNI, em São Paulo.
Para ele, o governo tem de promover uma desoneração dos investimentos produtivos. "O Brasil ainda é um país que tributa os investimentos, sobrecarregando o esforço do setor empresarial", disse. O presidente da CNI ressaltou ainda que a nova política industrial deve levar em conta o estímulo ao comércio exterior. "Temos de ter permanentemente a visão do comércio exterior, que é uma fronteira fundamental de crescimento", salientou.
Incentivo à Inovação
Outro ponto importante da política industrial é a inovação. "Precisamos de políticas de fomento à inovação, que elevem a taxa de investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil. É preciso criar um ambiente institucional mais propício à inovação", destacou Monteiro Neto. Segundo ele, é preciso aperfeiçoar a lei de incentivos fiscais à inovação e estimular o uso da subvenção econômica para as pequenas empresas investirem em inovação.
O presidente da CNI também comentou sobre a questão energética no Brasil. Ele explicou que a indústria está preocupada com o abastecimento de gás natural. "É uma questão que nos preocupa, porque deveríamos ter assegurado o fornecimento da indústria. Deveríamos ao mesmo tempo prover a rede de segurança das térmicas. Hoje quando você tem de atender as térmicas, você reduz o suprimento das indústrias", disse. Ele lembrou que, há dois meses, houve interrupção no fornecimento à indústrias para direcionar gás natural para usinas térmicas.
Monteiro Neto disse que a CNI defende uma lei específica para o gás natural e um processo de licenciamento ambiental mais rápido para estimular os investimentos em geração de energia.
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), Francisco de Assis Buega Gadelha, também esteve presente ao evento.