No Brasil, cerca de 8,8 milhões de pessoas, entre 18 e 29 anos, não concluíram o ensino médio e não frequentam nenhuma instituição de educação básica, segundo dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. O programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma iniciativa crucial no país, especialmente quando são considerados esses níveis de escolaridade. A partir da EJA do SESI Paraíba, trabalhadores da indústria que não concluíram sua formação, têm a oportunidade de retomar os estudos e complementar a qualificação, atendendo demandas do mercado por profissionais capacitados e preparados para os desafios do futuro.
Eric Oliveira interrompeu os estudos há cerca de 12 anos, quando precisou focar no trabalho para ajudar os pais em casa. Hoje trabalha no setor de Expedição da indústria Tess, em Campina Grande, e teve a oportunidade de voltar a estudar a partir da iniciativa do SESI, passando a frequentar as aulas no período da tarde, em um turno oposto ao do expediente do trabalho, no polo educacional do Centro de Atividades do SESI João Rique Ferreira, no Distrito Industrial da cidade.
“Havia parado de estudar em 2012, no 8º ano do fundamental, porque precisava me dedicar ao trabalho na época. Decidi retomar agora, motivado, principalmente pela minha esposa, que é educadora e sempre me apoiou e incentivou a voltar a estudar, sendo meu porto seguro e minha conselheira em todas essas decisões”, explicou, mencionando que também se sente motivado pelo desejo de concluir a educação básica e melhorar as habilidades demandadas pelo mercado de trabalho. “Comecei na EJA depois que vi uma equipe de apoio do SESI na empresa em que trabalho atualmente. Isso me despertou interesse e foi o ponto de partida para que eu pudesse voltar a estudar, e agora quero muito continuar esse processo, concluir os meus estudos e melhorar minhas habilidades”, pontuou.
No SESI Paraíba, o programa de Educação de Jovens e Adultos é ofertado nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Sousa, nas modalidades EJA Profissionalizante, em parceria com o SENAI, e a Nova EJA Fundamental Anos Finais. Um dos fatores de sucesso do programa é a aplicação da metodologia de Reconhecimento de Saberes, uma abordagem que leva em conta as habilidades adquiridas pelos estudantes ao longo de suas vidas, permitindo reduzir a carga horária em pelo menos 50% para a maioria dos matriculados. “O SESI tem sido como uma família para mim, oferecendo suporte e orientação em todos os momentos. Ainda estou me adaptando e conhecendo melhor, mas já percebo que o apoio dos professores é fundamental, porque eles têm um papel importante no meu aprendizado”, comentou o estudante.
A EJA é essencial para promover a inclusão social e reduzir as desigualdades. Ela foi criada para atender pessoas que, por diversos motivos, não puderam concluir seus estudos em idade regular, o que inclui aqueles que precisaram trabalhar desde cedo, como é o caso de Eric. “Meu principal objetivo é concluir os estudos, para encarar os desafios e as oportunidades que surgirem. Estou feliz com o meu progresso, porque é gratificante saber que nunca é tarde para recomeçar uma história e voltar a estudar. O estudo, hoje, é o melhor fundamento para o amanhã”, acrescentou.
Assim como Eric, centenas de estudantes, oriundos da indústria, tiveram a oportunidade de concluir os estudos e puderam adquirir conhecimentos essenciais, melhorando suas perspectivas de inserção no mercado de trabalho e na participação social. Essa é uma iniciativa que reforça o compromisso do SESI com a qualificação contínua dos trabalhadores da indústria, proporcionando oportunidades educacionais para aqueles que desejam elevar seus níveis de escolaridade.
Texto/Colaboração | Igor Batista