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Paraíba Meu Amor

Por Sueli de Sá - Campina Grande/PB - Publicado 19 de fevereiro de 2008

A cultura popular nordestina ganha o mundo. Depois de ser lançado na Europa, com o apoio do Sistema
Campina Grande, a cidade do “Maior São João” ganhou o mundo. Tudo começou no ano passado durante os festejos juninos do mês de junho. Cenário perfeito para uma equipe de profissionais europeus, o “Maior São João do Mundo 2007” foi um dos lugares mais atraentes para a gravação do documentário “Paraíba Meu Amor”, produzido pelo diretor suíço Bernand Robert-Charrue.

O documentário que conta a história do forró foi lançado recentemente na Alemanha, na cidade de Karlsruhe. A notícia já corre o mundo e chegou ao Brasil publicada no jornal online www.estadao.com.br. “A Europa descobre o forró”, com esta frase o repórter Jamil Chade começa a matéria que fala sobre o lançamento do documentário no dia 27 de janeiro que deverá alavancar uma campanha pela promoção do forró no exterior.

O lançamento do documentário no Brasil já tem data marcada será no dia 11 de março, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP, em Campina Grande. O presidente da FIEP, Buega Gadelha, grande incentivador da cultura, acredita no potencial econômico como também na força transformadora da cultural no Estado.

Lançamento na Europa - Em julho, um dos maiores festivais de jazz do mundo, o de Montreux, dedicará um dia de sua programação ao forró, algo inédito nos mais de 40 anos do evento. Na matéria do “Estadão”, o diretor Bernand Robert-Charrue diz: “Descobri o ritimo em um bar na Suíça. Perguntei aos músicos do que se tratava e descobri que muitos, na Europa, não tinham idéia do que era forró”, explicou ele.

Segundo Jamil Chade, um dos pontos altos do filme é o encontro, num mesmo estúdio, de Dominguinhos e o acordeonista francês Richard Galliano. “São dois dos maiores músicos do acordeão em todo mundo e esse foi o primeiro encontro entre ambos”, conta Robert-Charrue. Tanto o brasileiro como o francês revelam que se escutavam em discos há 30 anos, sonhavam em se conhecer e se influenciavam mutuamente. Mas nunca tinham tido oportunidade de um contato. No documentário, Galliano, músico de jazz que dividiu durante nove anos o palco com Astor Piazzolla, chora no fim do encontro com Dominguinhos. “O filme conta o que representa o forró na cultura nordestina brasileira. Mas tenta ir além e mostrar ao mundo a alma do nordeste”, completa Jamil Chade.

O diretor Robert-Charrue explica que, através do forró, descobrimos o espírito do Nordeste, do sertão, a terra árida que marcou o povo e sua cultura secular. Além do acordeão, a natureza, a seca e a boiada são elementos centrais do documentário de 80 minutos que, nos próximos meses, percorrerá a Europa e, quem sabe, outros lugares do mundo.

O filme foi gravado nas festas do interior paraibano, nos cabarés e nos palcos do “Maior São João do Mundo”. Filmado quase todo na Paraíba, o documentário ainda conta com a participação de Chico César, que tem a função de mostrar a nova sonoridade do forró e sua influência em outros estilos. O filme traz ainda Aleijadinho de Pombal, chamado de “bluesman” do forró no filme.

O Trio Tamanduá, tradicional “pé-de-serra” que toca em casamentos e batizados, aparece com destaque, principalmente pela condição de seu cantor e compositor: vaqueiro de dia e músico de noite. Outros músicos como Pinto do Acordeão e o Grupo Os 3 do Nordeste, também fazem parte do projeto. O filme que alterna entrevistas e trechos musicais, ainda homenageia Luiz Gonzaga, tido como o pai do forró. “A beleza do forró é que muitos se identificam com ele, tanto o público, como vários artistas”, afirmou Chico César que se apresentou na cidade suíça de Berna e, com Galliano, fechou a noite de estréia do filme com um show.

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