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Plano de saúde: 41% das indústrias não adotam estratégias para reduzir sinistralidade

Por Agência CNI de Notícias - Publicado 16 de dezembro de 2024

Levantamento do SESI, FIESP e Observatório Nacional da Indústria traça panorama da gestão de saúde suplementar nas empresas industriais brasileiras


A pesquisa de Saúde Suplementar na Indústria, conduzida entre abril e agosto de 2024 pelo Serviço Social da Indústria (SESI), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Observatório Nacional da Indústria, revelou como as empresas industriais têm gerido os planos de saúde oferecidos aos trabalhadores.

O levantamento mostrou que 41% das indústrias não adotam estratégias para reduzir a sinistralidade – relação entre o valor pago pelos usuários com as mensalidades e o gasto com procedimentos médicos –, enquanto 45,5% adotam ações de conscientização.

Entre as indústrias que adotam estratégias, 72% afirmam implementar a coparticipação como estratégia para mitigar custos e sinistralidade e 67% apontam o custo elevado como a principal barreira para desenvolver melhorias nos planos.

Para o superintendente de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, Emmanuel Lacerda, a redução das ocorrências de sinistralidade “é viável com a prevenção de doenças, o enfrentamento da desinformação e o acompanhamento periódico da situação de saúde do trabalhador”.

Além da adoção da coparticipação, outras ações podem ser implementadas para diminuir a sinistralidadedo plano de saúde. São elas:

  • Acompanhamento do nível de uso do plano;
  • Diálogo com colaboradores quando identificado uso excessivo do plano sem a necessidade, mas por desinformação;
  • Estímulo do atendimento virtual, que tem custo menor para a operadora;
  • Busca de alternativas no SUS para atendimentos sem custo para o colaborador (psicólogos, por exemplo);

O levantamento contou com 1.041 respostas de empresas de pequeno (30%), médio (38%) e grande porte (32%), além de entrevistas aprofundadas com gestores de 26 organizações industriais localizadas no estado de São Paulo e em outras regiões do país. Mais de 60% dos participantes ocupavam posições de gestão e 83% atuavam em departamentos de desenvolvimento humano (RH).

Crescimento dos planos coletivos empresariais

De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em agosto de 2024, o Brasil atingiu um recorde de 51,4 milhões de beneficiários de planos de saúde. Desses, 36,7 milhões estão vinculados a contratos coletivos empresariais, representando 71% do mercado de saúde suplementar. 

Impacto financeiro das empresas com planos de saúde

Em 2021, segundo dados do SESI Nacional, os custos com assistência médica representaram 13,57% da folha de pagamento das empresas, um aumento de 20% em relação a 2012. Esse aumento evidencia o impacto crescente dos planos de saúde sobre as finanças das indústrias, tornando ainda mais relevante a busca por soluções eficazes na gestão desses custos.

"Os resultados da pesquisa são muito reveladores no sentido de apresentar os desafios enfrentados pelos gestores dos planos de saúde das empresas para garantir o acesso e a qualidade dos dados e, assim, promoverem uma gestão eficiente da saúde dos seus beneficiários”, destacou Emmanuel Lacerda. 

Promoção à saúde nas empresas

O levantamento indicou que quase metade (48%) das indústrias não conta com programas de saúde ativos e 10,2% não sabem se existem programas nas empresas. Quando se olha para o tamanho das indústrias, o desenvolvimento de atividades voltadas à saúde se concentra nas de médio (75,8%) e grande (75,4%) portes.

Entre as linhas de cuidado priorizadas pelas empresas, estão:

  • Campanhas de vacinação (50,2%)
  • Saúde mental (45,5%)
  • Estímulo à atividade física (33,7%)

Jeferson Sakai, gerente de Saúde e Segurança na Indústria do SESI-SP, comentou os próximos passos da entidade com os dados obtidos:

"Esta pesquisa é um passo importante para compreender as realidades e dificuldades enfrentadas pelas empresas na gestão da saúde de seus colaboradores. Com os resultados obtidos, podemos focar em soluções mais assertivas para ajudar as indústrias a equilibrar as necessidades de cuidados com a saúde e a sustentabilidade financeira, beneficiando tanto as empresas quanto os trabalhadores.

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