A concretização do apoio do Japão reforçaria o pleito do Brasil para o ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em discurso na abertura da 22ª Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, nesta segunda-feira (29), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que a adesão do país ao grupo impulsionará a adoção de políticas que promovam a abertura comercial e trará mais segurança para investimentos estrangeiros no Brasil. O evento ocorre até esta quarta-feira (30), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista.
“O Brasil já incorporou, voluntariamente, 79 dos 249 acordos, arranjos, recomendações, declarações ou decisões vinculantes da OCDE, o que faz com que o Brasil supere seus cinco concorrentes para a entrada na organização”, disse Andrade, destacando que uma das prioridades das empresas brasileiras é a necessidade de se iniciar um diálogo entre os governos de Brasil e Japão para o lançamento de um Acordo de Parceria Econômica (EPA, na sigla em inglês), entre o Mercosul e o parceiro asiático.
Nesse sentido, o presidente da CNI destacou que há inúmeras oportunidades de intercâmbio comercial, de investimentos e em outras agendas, como inovação, que podem ser exploradas e aprofundadas entre Brasil e Japão. Para ele, a recente assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia mostram que o momento atual no Brasil e no bloco sul-americano é propício à discussão de novos tratados, que podem tratar resultados concretos para a economia brasileira.
GANHA-GANHA - O presidente da Seção Brasileia do Conselho Empresarial Brasil-Japão e presidente da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeo, falou do alinhamento dos setores empresariais dos dois países a favor da abertura de negociações para um eventual acordo. Segundo ele, o tratado teria o potencial de aumentar o comércio, tornar a produção mais eficiente e reduzir custos para o consumidor. “Essa é, definitivamente, uma situação de ganha-ganha para ambas as partes”, classificou.
O presidente da Seção Japonesa do Conselho e presidente do Conselho da Mitsui, Massami Ijima, defendeu a ampliação das relações econômicas e comerciais entre o Mercosul e o Japão, sobretudo com o Brasil – onde estão presentes cerca de 750 empresas japonesas. Segundo ele, o crescimento da parceria é, na avaliação do setor empresarial japonês, muito importante do ponto de vista estratégico. “Vamos aproveitar este encontro para enviar mensagens fortes ao nosso governo para a celebração deste acordo”, disse.
O presidente da FIESP, Paulo Skaf, destacou que há oportunidades para ampliação do intercâmbio, por meio da assinatura do acordo como caminho para recuperar o fluxo de investimentos e a corrente de comércio – soma das exportações e das importações –, que têm caído ao longo da década. “Temos, sim, que apoiar o acordo comercial entre o Mercosul e Japão. Estamos convictos que o lado brasileiro quer fazer avançar este tratado com o Japão”, afirmou.