No evento NEon, promovido pelo Sebrae Paraíba, o painel “Inovação e Mobilidade Sustentável” destacou a descarbonização do setor automotivo e o papel crucial do etanol. Realizado na Arena Pico do Jabre, no Centro de Convenções de João Pessoa, o painel contou com a participação de Edmundo Barbosa, presidente-Executivo do Sindalcool-PB, e Dr. João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis, e a professora Erika Maria, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A professora Erika Maria atuou como mediadora, enriquecendo o debate com seus comentários. Edmundo Barbosa abriu o painel discutindo o desafio da Stellantis, um dos maiores conglomerados automotivos do mundo, em incentivar o consumo de etanol em veículos flex. Ele enfatizou a importância de os consumidores considerarem a quantidade de material particulado nos combustíveis que utilizam.
Barbosa destacou o Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), que visa uma economia global mais eficiente na redução das emissões de gases de efeito estufa e neutralidade climática até 2050. Ele mencionou o estudo "Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade", que evidencia o potencial do Brasil em liderar a transição para um transporte de baixa emissão de carbono com soluções limpas e tecnologias renováveis.
Edmundo ainda falou sobre o potencial da Paraíba na produção de energias renováveis, mencionando 86 projetos já apresentados à ANEEL, incluindo energia fotovoltaica e eólica que, aliadas à produção de etanol, poderão ser convertidos em hidrogênio verde. “Quem quiser produzir com baixo carbono tem que vir para a Paraíba”, afirmou.
Dr. João Irineu, da Stellantis América do Sul, destacou o compromisso da empresa na redução de CO2 devido à aceleração das mudanças climáticas. Ele comparou a situação do Brasil com países como China e Estados Unidos, que estão investindo em carros elétricos, enquanto o Brasil enfrenta desafios de infraestrutura e custo elevado desses veículos.
“Já temos 30% da frota rodando com etanol, que é de baixo carbono. O Brasil é o único país do mundo com isso. O etanol é uma solução que o Brasil já possui. Um carro elétrico pesa 350 kg a mais e custa 40% a mais, por isso não é uma solução massiva aqui”, disse Dr. João Irineu.
Ele também mencionou o projeto Bio-Hybrid da Stellantis, que combinará o biocombustível etanol com eletrificação, representando um passo significativo na mobilidade sustentável.