O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, tomou posse nesta quinta-feira (27) como integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão. Em seu discurso na terceira reunião plenária do colegiado, no Palácio do Planalto, o dirigente fez um apelo para que o país se una em torno de projetos em prol do desenvolvimento econômico e social do país.
“Neste primeiro momento, apelo a todos para que nós possamos ter convergências para o Brasil”, disse Alban.
O representante do setor produtivo destacou que apesar do crescimento mais equilibrado do PIB, é preciso fazer uma reflexão mais profunda a respeito da dívida pública, defendendo gastos que promovam investimento para criação de emprego, renda e desenvolvimento social. Nessa linha, destacou a importância do programa Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa do governo federal que estabelece uma política industrial para alavancar o desenvolvimento nacional fundamentado em sustentabilidade e inovação.
O presidente da CNI criticou a alta taxa de juros aplicada no país e alertou que a diferença entre financiamento ao consumo e financiamento à produção pode criar um problema sério de pressão inflacionária.
“O financiamento das empresas caiu no ano passado quase 4% e esse ano só cresceu 1,5%. Estamos criando, talvez, uma bolha ou algo mais delicado que possa ser um abismo entre o consumo e a capacidade de oferta. Essa é a reflexão que temos que fazer, pois estamos inibindo a capacidade de oferta e certamente num prazo muito curto poderemos ter um problema sério de pressão inflacionária por uma total incapacidade do setor produtivo”, alertou.
Alban defendeu o equilíbrio fiscal, que considerou uma medida necessária, mas disse que é preciso chegar a consensos para trabalhar de forma convergente com o desenvolvimento do país. Um dos caminhos para isso, além do controle de despesas, é destravar investimentos.
Nesse sentido, o presidente da CNI defendeu a aprovação do projeto de lei que visa modernizar o licenciamento ambiental. De acordo com o dirigente, há empresas que estão deixando de investir bilhões de dólares – e deixando de criar emprego e promover renda e ajudar no equilíbrio fiscal - porque estão aguardando o licenciamento.
“A sustentabilidade e o meio ambiente são total prioridade. Acho que nós podemos conversar para tornar isso viável, e a CNI pode ajudar”, disse Alban.
Alban também fez referência à importância da regulamentação da reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional, assim como à sanção, pelo presidente Lula, do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que busca estimular a inovação tecnológica no setor automotivo, ocorrida durante a reunião do Conselho. No mesmo texto do Mover, está incluída a taxação de compras internacionais de até US$ 50. Também foi assinado decreto que institui a Estratégia Nacional da Economia Circular.
O decreto que designou Alban e outros 19 novos conselheiros do Conselhão foi assinado nesta quarta-feira (26). O mandato dos novos membros se encerra em 3 de maio de 2025.