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Saiba em que setores está sobrando emprego no país

Por Portal de Notícias G1 - Publicado 26 de junho de 2007

Supermercados procuram por padeiro, confeiteiro e açougueiro. Também sobram empregos nos setores d

A falta de interesse dos jovens em formação técnica faz sobrar vagas de trabalho no país. Só em São Paulo, há mais de mil vagas de emprego que as empresas não conseguem preencher. São postos de trabalho para confeiteiros, açougueiros, peixeiros, padeiros e metalúrgicos - empregos "braçais" que os jovens de hoje não querem mais exercer.

"Os pais não formam jovens para serem mecânicos, eletricistas", diz Izilda Leal Borges, técnica do Centro de Apoio ao Trabalho da Prefeitura de São Paulo. "E ninguém mais aspira a essas profissões, consideradas braçais", diz.

Para os profissionais de algumas dessas áreas, no entanto, não faltam ofertas de emprego. "Quem for bom não fica desempregado nunca", completa Izilda.

Grande parte das vagas de difícil preenchimento são para o varejo. A ampliação do comércio aumenta a demanda por alguns profissionais pouco disponíveis no mercado. Na capital paulista, chegam a abrir quatro supermercados ou hipermercados a cada mês. Com isso, os profissionais ligados ao setor - padeiro, peixeiro, açougueiro, confeiteiro - acabam disputados.

Salário baixo, mas garantido

A pouca atratividade dessas profissões tem três motivos. O primeiro está na falta de perspectivas de crescimento. "As empresas precisariam pensar em plano de carreira horizontal para essas profissões", avalia Izilda.

Em segundo lugar, vem o salário, considerado baixo: entre R$ 572 e R$ 870. E há também o custo dos cursos de formação, considerados altos especialmente por quem está desempregado.

No Senac, um curso de especialização em decoração de bolos, que pode garantir uma vaga de confeiteiro, custa R$ 784. Já no Senai, os cursos de formação continuada em confeitaria e panificação, com 96 horas de duração, custam R$ 480 e R$ 450, respectivamente. "Mas quem faz esse tipo de curso não fica desempregado. É um bom investimento", garante a técnica.

Metalurgia

No setor industrial, também sobram vagas. Em sua maioria, são cargos técnicos, como torneiros, mecânicos, eletricistas, serralheiros e caldeireiros. A dificuldade das empresas é encontrar profissionais atualizados, já que, com a automação do setor, a área exige formação cada vez maior.

Para quem busca uma vaga, os salários são mais altos que os oferecidos pelo comércio: em média, R$ 2,5 mil. No Senai, o curso de formação de torneiro mecânico custa R$ 845 e pode ser pago em cinco parcelas. Já o de eletricista instalador residencial, com 100 horas de duração, sai por R$ 110, em duas vezes.

Setor sucroalcooleiro

Em forte expansão no país, o setor de açúcar e álcool também sofre com a carência de profissionais especializados. Até 2012, a expectativa da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única) é de que sejam contratados 300 mil trabalhadores.

A maioria das vagas, segundo a Única, são para destilador, encarregado de moenda, operador de caldeira e de máquinas em geral e soldadores. Já na área agrícola, o setor procura por motoristas e tratoristas. Para suprir a falta de profissionais, contam com programas de especialização, treinamento e recolocação de mão-de-obra.

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