Reconhecido por desenvolver programas voltados à saúde e à segurança no trabalho, o Serviço Social da Indústria (SESI) se prepara para uma nova fase: cuidar da saúde dos trabalhadores de forma mais ampla, não só do aspecto ocupacional.
Presente há quase oito décadas nas empresas brasileiras, o SESI atende a cerca de 60 mil estabelecimentos industriais, e seus programas beneficiam mais de 3 milhões de trabalhadores, número que chega a 6 milhões se contados os atendimentos indiretos.
“Levar saúde para além das questões ocupacionais é o que se coloca como desafio para nós nos próximos anos”, diz Emmanuel Lacerda, superintendente de Saúde e Segurança na Indústria do SESI.
Para alcançar esse objetivo, a entidade vai ampliar as linhas de atuação e diversificar os modelos dos programas de ação junto às indústrias. Um evento servirá como marco desse reposicionamento: a 12ª Global Healthy Workplace Awards & Summit (cúpula e prêmio global sobre ambiente de trabalho saudável), prevista para acontecer de 5 a 7 de novembro, em Brasília.
“Para o SESI, se associar a um movimento como o do Global Workplace, que premia e reconhece as melhores práticas globais, é bastante estratégico”, diz Lacerda.
O Global Centre for Healthy Workplaces (GCHW) surgiu para apoiar o avanço da saúde e do bem-estar no ambiente de trabalho por meio de uma série de iniciativas.
A instituição busca criar uma experiência de trabalho mais saudável e produtiva para todos os empregadores e funcionários - independentemente do tamanho ou da localização geográfica das empresas. Criado em 2012, o GCHW é copropriedade da i-genius Limited (com sede no Reino Unido) e da International Health Consulting (com sede nos EUA).
Esta será a segunda vez que o Brasil sedia o evento. Como finalistas em programas exemplares de saúde no trabalho, há grandes empresas locais ou multinacionais de Índia, Singapura, Alemanha e Brasil - representado pela Petrobras.
“Ter uma empresa local como finalista é muito relevante”, reforça Emmanuel Lacerda. “Isso acaba sendo um disseminador de melhores práticas para gestores de saúde de empresas de todo o mundo e põe o SESI como ponto focal de difusão desse conhecimento junto às empresas brasileiras”, diz ele.
Focos e perspectivas
As iniciativas e os planos do SESI para colocar em prática seu reposicionamento estratégico estão detalhados no Mapa Estratégico Sistêmico 2022-2027. Dezoito objetivos estão dispostos em seis focos de atuação e quatro perspectivas, englobando todos os níveis organizacionais.
Como processo interno, o documento prevê, por exemplo, a ampliação do atendimento - seja expandindo-o às indústrias com foco na saúde e na segurança, seja levando-o à sociedade por meio de ações educativas. Outra iniciativa prevista é o fortalecimento da gestão integrada da saúde e da segurança no trabalho por meio da inovação, necessária num momento em que o ambiente de trabalho tem sido tão impactado pela tecnologia.
“As novas tecnologias, num primeiro plano, são habilitadoras de uma melhor gestão da saúde”, defende Emmanuel Lacerda. Ele entende que o uso de tecnologia pode levar a um acesso à saúde melhor e mais democrático.
“A telessaúde, por exemplo, possibilita levar serviços a trabalhadores que, por algum motivo, podem ter alguma dificuldade de acesso, seja por estarem em áreas remotas ou em vazios assistenciais”, explica.
Atualmente, o SESI disponibiliza para as indústrias novas soluções tecnológicas e produtos digitais em saúde e segurança no trabalho. Para tanto, a instituição conta com centros de inovação e estabelece parcerias com empresas de referência.
O número de trabalhadores que utilizam a plataforma de saúde e segurança SESI Viva+ bateu a meta prevista para 2023, que era de 1,8 milhão, chegando a 2,1 milhões de usuários. Esse resultado foi possível graças à ampliação do portfólio de soluções tecnológicas e de produtos digitais desenvolvidos ou aprimorados para atendimento aos trabalhadores.
