O setor calçadista na Paraíba é um dos grandes motores econômicos do estado, que historicamente, tem atraído investimentos significativos, sendo o terceiro maior produtor de calçados no Brasil em 2023, em número de pares, segundo o Relatório Setorial da Indústria de Calçados 2024, publicado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - Abicalçados. A PB aparece em terceiro lugar no ranking brasileiro, ficando atrás apenas de estados como o Ceará, e o Rio Grande do Sul. Ainda de acordo com a publicação, praticamente toda a produção calçadista está concentrada no polo de Campina Grande, que detém 95,8% da produção do estado.
Buscando dinamizar as atividades do setor, o Sindicato da Indústria de Calçados do Estado da Paraíba - SindCalçados/PB promoveu, nestas quarta e quinta-feira, 14 e 15 de agosto, uma rodada de negócios com empresas do segmento. A iniciativa, realizada no Centro de Tecnologia do Couro e do Calçado Albano Franco, no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, recebeu representantes comerciais de empresas calçadistas para apresentarem seus produtos aos compradores da rede de lojas baiana, Pizzely Calçados.
Sidney Rossly, vice-presidente do sindicato, explica que a iniciativa surgiu como uma demanda dos próprios compradores, que consultaram o sindicato para verificar a possibilidade da organização de uma rodada de negócios. “O nosso principal objetivo é aproximar as empresas dos compradores interessados. A ideia é reunir em um único local vários produtos, para que os compradores possam fazer pedidos para suas lojas. Queremos alinhar e facilitar esse encontro com as empresas que conseguimos reunir”, disse, complementando que a iniciativa é essencial para o setor, porque “ao aproximar empresas da região dos compradores, sobretudo as grandes redes de lojas, onde há um grande volume de pedidos, há uma possibilidade de alavancar o setor e dinamizar mais o mercado interno paraibano”.
Cerca de 12 empresas participaram do momento como expositoras. A Indústria Carreiro, da cidade de Patos, por exemplo, especializada em artigos esportivos, como bolas, chuteiras e bolsas, fez a exposição de seus produtos durante a rodada de negócios. A representante comercial da empresa, Lana Oliveira, destacou a iniciativa como uma oportunidade de entender e alcançar outros mercados, para além do estado.
“É extremamente relevante para nós mostrarmos nosso trabalho tanto aqui em Campina Grande quanto em outras cidades. Essa oportunidade única também nos beneficia ao nos permitir conhecer a cultura de outros estados e fechar negócios, o que é crucial para nosso sucesso. Foi um momento excelente, tanto em termos de experiência quanto no contato com outras pessoas. Acredito que teremos bons resultados em relação aos negócios”, destacou.
A diretora da EVA Bag&Shoes, de Campina Grande, Juliana Ribeiro, que também esteve na rodada de negócios apresentando os produtos da empresa, pontuou a importância de iniciativas como essa para o setor de couro e calçado na Paraíba. “É realmente relevante, porque aproxima o cliente do produtor, fortalecendo os laços entre nós, fabricantes. Como somos um polo, fica mais viável trazer um cliente até aqui, então essa abordagem contribui para uma distribuição mais ampla no mercado, evitando concentração em apenas alguns setores, com isso, conseguimos alcançar mais espaços”, opinou.
A ideia é que a rodada de negócios aconteça regularmente e que possa estimular outros setores industriais do estado a realizarem a iniciativa. O presidente do SindCalçados/PB, Sebastião Accioly, explica que a expectativa é trazer novos compradores para estimular e dinamizar o mercado calçadista do estado. “Nos últimos tempos nós não conseguimos participar de feiras de negócios, então decidimos realizar essa iniciativa e tivemos aqui empresas expondo suas mercadorias e já fazendo a venda direta com o comprador. Eu acredito que daqui a 60 dias, já estaremos fazendo outra rodada de negócios, trazendo outros compradores de grandes empresas a Campina Grande, e que, com essas vendas de agosto, tenhamos produção garantida para que possamos trabalhar o mês de setembro e, a partir de outubro, quem sabe, a Pizzely possa fazer uma renovação de estoque com a gente novamente”, comentou o presidente do sindicato.
Essas iniciativas desempenham um papel importante no aquecimento do setor industrial do estado, promovendo oportunidades de crescimento, networking e expansão de mercados.
Texto/Colaboração | Igor Batista