Fernando Marques de Almeida

DEPOIMENTO:

Fernando Marques de Almeida

Diretor da FIEP e Conselheiro do SESI

Ao longo dos meus 84 anos tenho imenso orgulho em perceber que a minha história se confunde com a do SESI. Durante todo esse tempo, acompanhei a trajetória dessa instituição e me sinto feliz por participar de momentos que marcaram a sua evolução na Paraíba, a exemplo de grandes empreendimentos como: a edificação do Centro de Atividades Dionísio Marques de Almeida, na cidade de Patos, a construção do Centro de Atividades João Rique Ferreira, em Campina Grande. e, ainda, a construção do edifício sede da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, o qual acampa as administrações do SESI, SENAI e IEL.

Mas, antes de falar do SESI na Paraíba é importante fazer um retrospecto da trajetória da indústria paraibana, quando da chegada dessa instituição em nosso estado (época de destaque das indústrias têxtil, algodoeira, curtumes, cana de açúcar e outras), que representavam o quadro industrial no estado quando o SESI surgiu em 1949.

No entanto, aproximei-me da entidade, quando aconteceu a eleição do companheiro Agostinho Velloso da Silveira, para presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, em 1957. Na época, na qualidade de empresário do ramo têxtil, passei a integrar a diretoria da Federação acompanhando, assim, o dia a dia do Serviço Social da Indústria no estado, também como conselheiro. Somente então, tornei-me conhecedor dos serviços e admirador do importante papel do SESI junto à sociedade. Recordo-me que entre as prioridades da administração do presidente Agostinho Velloso, estava a interiorização dos serviços do SESI, como forma de atender à demanda do alto sertão. A iniciativa foi, portanto, aprovada em conselho, sendo a cidade de Patos a pioneira a receber as ações interioranas do SESI, por tratar-se de um expressivo pólo algodoeiro. Os primeiros serviços foram prestados em uma modesta casa, sem as mínimas condições de expansão, com vistas a melhor atender a demanda. Surgia, então, a necessidade da construção de uma obra que oferecesse, de fato, condições de trabalho e atendimento. Por isso, recebi o honroso convite para administrar a construção do novo centro de atividades da morada do sol, o qual leva o nome do meu inesquecível pai “Dionísio Marques de Almeida”. Daí por diante, a minha participação nesses mais de 60 anos na história do SESI foi voltada, de forma especial, à administração de obras diversas; vindo na seqüência, o Centro de Atividades João Rique Ferreira, em Campina Grande, o Centro de Atividades João Úrsulo Ribeiro Coutinho, em João Pessoa e, finalmente, a consolidação e edificação do prédio da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, cujo nome é uma merecida homenagem ao saudoso companheiro Agostinho Velloso da Silveira.

Como conselheiro, participei das mais diversas decisões da instituição, com o objetivo de beneficiar o empresário e o trabalhador paraibanos. Também vivi uma época em que o SESI era uma instituição meramente assistencialista. Hoje, portanto, possui um outro enfoque. Ampliou seu campo de atuação, principalmente na área da educação, voltando-se para a elevação da escolaridade de jovens e adultos adotando, inclusive, ações articuladas junto ao SENAI.

Com o fim do assistencialismo, o SESI passou a atuar em outra prática, promovendo atos de cidadania, junto ao trabalhador e a comunidade, obedecendo um novo conceito de responsabilidade social. Não é demais lembrar que, o sucesso das ações do SESI na Paraíba, também deve-se, de forma especial, a importante liderança do atual presidente do Sistema FIEP, Francisco de Assis Benevides Gadelha, que não mede esforços no sentido de integrar todas as instituições, visando atender, cada vez melhor, a empresa e o trabalhador paraibano.

Em suma, a trajetória do SESI mudou a minha vida em vários aspectos: foi nessa casa que, durante longos anos, tenho conhecido e convivido com grandes companheiros da indústria paraibana. Aqui, lutamos juntos pelo desenvolvimento e engrandecimento da indústria paraibana. Não poderia concluir esse depoimento sem registrar algo, de certa forma pessoal, mas que considero muito válido: ao longo desta trajetória junto ao SESI melhorei o meu relacionamento com as pessoas, minha auto-estima e como diz uma conhecidíssima canção: “aprendi a viver”, porque o SESI é, de fato, uma escola de vida e cidadania.