A velhice é uma fase do desenvolvimento humano que apresenta peculiaridades pelas transformações biopsicosociais, com possível comprometimento da capacidade. Segundo FERNÁNDEZ-BALLESTEROS (), o envelhecimento é um processo de transformação constante do organismo humano, que se inicia na fecundação e termina com a morte biológica. Neste processo, inclui-se alterações internas e externas, de caráter, biológico, psicológico, social e espiritual.

 

Em nossa sociedade, nada mais é que um estágio da vida em que as pessoas são estigmatizadas, infantilizadas e classificadas como incapazes, sofrendo, assim, o isolamento social. Os profissionais da saúde e cuidadores de idosos, entendendo este processo, oferecem a assistência adequada para preservar a autonomia do idoso e melhorar sua qualidade de vida.

A ocupação, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego desde 2001, é considerada relevante para um país como o Brasil, que tem 15 milhões de pessoas idosas, com estimativa de 31,8 milhões em 2025. O Cuidador Social de Idosos é o profissional que trabalha com a população da terceira idade, fazendo o elo entre o idoso e a família, os serviços de saúde, os poderes públicos constituídos, os grupos de convivência e lazer e a comunidade em geral.

 

Com uma população idosa de 381 mil pessoas, o equivalente a 10,8% da população total, de acordo com o censo de 2003 (IBGE), a Paraíba acaba de receber, de forma pioneira no país, o Projeto “Cuidador Social: Um Aprendizado de Vida”. Desenvolvido pela Coordenação de Saúde do SESI, a iniciativa tem como objetivo desenvolver as habilidades de análise e utilização de recursos científicos no cuidado com idosos nos aspectos físico, mental, social, legal e empresarial; avaliar, construir e gerenciar negócios baseados no atendimento ao idoso, além de capacitar para o trabalho em equipe multidisciplinar em hospitais, clínicas, estabelecimentos de longa permanência, espaços de estudo e lazer.

 

Ao longo de dois meses, o profissional é capacitado para auxiliar o idoso que apresenta ou não limitações nas atividades da vida cotidiana. Ele oferece o cuidado necessário ao beneficiado, desempenhando atividades relacionadas ao seu bem-estar físico, mental, social e legal, diretamente ou por meio de empresas voltadas a esse público. “O cuidador  é preparado para lidar com idosos independentes ou dependentes, acamados ou não, inclusive em estado de demência, nas diversas instâncias de atenção — comunidade, hospital, clínica, domicílio e instituição de longa permanência —, bem como a relacionar-se com os seus familiares e trabalhar em equipe multidisciplinar”, completou Fátima Aragão, Coordenadora de Saúde do SESI Paraíba.

 

O aposentado Geraldo Nóbrega, de 88 anos, é um dos primeiros pacientes beneficiados com o projeto. Acometido por uma cardiopatia (doença do coração) precisou de atendimento especial, durante sua recuperação. “Com dificuldades para respirar, mal conseguia levantar-me. Com a ajuda da minha “Cuidadora Social”, estou conseguindo recuperar-me de forma mais rápida”, confessou.

Seu Geraldo é o 16º paciente da enfermeira, Jaqueline Xavier. Mas, é o primeiro depois que ela foi capacitada pelo SESI para cuidar de idosos. “Adquiri mais experiência quanto às necessidades do idoso. Aprendemos um pouco de odontologia, fisioterapia, psicologia e nutrição. Afinal de contas, precisamos ter a consciência de que o idoso não é um alienado. Trata-se de uma pessoa com personalidade própria”, completou Jaqueline.

 

Agora, o SESI Paraíba se prepara para realizar o segundo Curso do Projeto “Cuidador Social: Um Aprendizado de Vida”. Com carga horária de 144h, o curso acontecerá no SESI Centro de João Pessoa. As inscrições estão abertas. Informações: () 3241-5585.