O Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League (FLL) já tem mais de 500 equipes inscritas para participar da competição. Como cada equipe tem entre dois e dez alunos, a estimativa do Serviço Social da Indústria (SESI) é de que mais de 5 mil alunos de escolas públicas e particulares de todo o país estejam envolvidos em projetos de robótica, pensando em soluções para ‘Cidades Inteligentes’, tema da atual etapa do torneio.
“O interesse dos estudantes é animador e comprova que o Brasil entrou de vez no universo da robótica. No futuro, isso resultará na formação de jovens profissionais muito mais preparados para o mundo do trabalho”, comemora Paulo Mól, diretor de operações do SESI.
Desde que começou a realizar torneios na modalidade FLL, em 2013, o SESI, operador oficial da competição no Brasil, vem registrando um interesse crescente por parte dos estudantes.
ETAPAS - As equipes inscritas disputam, primeiro, os torneios regionais, entre dezembro próximo e fevereiro do ano que vem. Deles virão as cem equipes qualificadas para o Torneio Nacional de Robótica, que será realizado em março de 2020, em São Paulo (SP).
Nesta edição, cujo tema é ‘Cidades Inteligentes’ (City Shaper), os estudantes terão de elaborar soluções para problemas que prejudicam a vida das pessoas nas grandes metrópoles. Acessibilidade, sustentabilidade e criatividade serão quesitos altamente necessários para as equipes conseguirem se destacar.
SOLUCIONANDO PROBLEMAS – Em todo o Brasil, de uma ponta a outra, as equipes estão debruçadas em seus projetos, realizando pesquisas para explicar o problema escolhido. Elas também já trabalham em cima dos tapetes onde pequenos robôs feitos de LEGO terão que desempenhar funções por meio da programação.
A equipe Bisc8, do SESI Sobradinho (DF), vai trabalhar a questão do lixo. “Observamos que, apesar de vivermos em Brasília, uma cidade planejada, é comum se ver uma quantidade exagerada de lixo pelas ruas, especialmente na área central da cidade”, explica Amanda Coelho, de 16 anos.
“Para a nossa pesquisa, entramos em contato com os responsáveis pela coleta de lixo de Brasília, buscando compreender melhor como isso é feito”, afirma Gabriela Paulino, de 15 anos.
Já a equipe Ohana, também do SESI Sobradinho, escolheu o tema poluição como problema. “Esse é um problema mundial, se encaixa em várias cidades do mundo”, explica Luís Eduardo Charles, de 16 anos. “Estamos fazendo pesquisas, principalmente, recuperando reportagens antigas sobre poluição do ar e da água”, diz Débora Tamanine, de 15 anos.
O Brasil entrou de vez no universo da robótica. No futuro, isso resultará na formação de jovens profissionais muito mais preparados para o mundo do trabalho, avalia Paulo Mól
FAIR PLAY - Além do projeto escrito, explicando o tema escolhido e as pesquisas realizadas, e do robô de LEGO, que precisa desempenhar suas missões no tapete, as equipes também são avaliadas num outro quesito chamado, em inglês, de core value (valores fundamentais).
A equipe precisa demonstrar que é capaz de participar de uma competição de forma amigável, sabendo que ajudar o outro é fundamental (o equivalente ao fair play no mundo do esporte).
As duas equipes do SESI Sobradinho – Bisc8 e Ohana - prometem não perder pontos nesta avaliação. “Estamos sempre interagindo e nos ajudando, trocamos várias informações no projeto de pesquisa”, diz Amanda Coelho, da Bisc8.
Para se ter uma ideia, eles treinam na mesma sala e já tem até uma dancinha ensaiada, que eles esperam poder apresentar no torneio nacional, em SP, em março de 2020.