O Protocolo de Retomada das Atividades Produtivas em tempos de Covid-19 é um documento que tem como objetivo orientar a implementação de planos e ações de retorno ao trabalho e o aumento gradual e seguro das atividades produtivas. Desenvolvido e lançado nas últimas semanas pelo SESI/PB, o protocolo tem sido encaminhado pela instituição a todos os sindicatos e empresas públicas e privadas, para que estas adotem o documento como base na retomada de suas atividades laborais. Grinete Melo, Gerente Executiva de Saúde e Segurança do Trabalho do SESI/PB, o documento tem sido muito bem recebido pelas empresas, muitas das quais já possuíam alguma medida, e que agora têm incluído o protocolo em algumas providências e planos efetivados pela empresa. Além disso, o documento se transformou, também, em um treinamento para os trabalhadores, presente na plataforma de educação continuada, e tem sido muito bem recebido por isso. Ajustado para empresas de qualquer porte e segmento, o documento é dividido em quatro grandes eixos que indicam as orientações no que diz respeito ao ambiente, a rotina, a saúde e a pesquisa e inovação. Para Grinete Melo, o protocolo é um documento que assegura para a indústria a redução do risco de contaminação. “É a participação conjunta e coletiva de empresários e trabalhadores que fará com que o documento, na sua implementação, tenha o resultado esperado”, disse ela.
O coronavírus obrigou todos a adotarem uma realidade totalmente diferente do acostumado, e muito provavelmente, quando a retomada das atividades começarem a acontecer, será preciso mais uma vez passar por processos de adaptação para que tudo seja mais seguro. As primeiras grandes mudanças ocorrerão no ambiente de trabalho e é por isso que um dos eixos do documento apresenta orientações sobre as adequações que precisam ser feitas no ambiente.
Cada empresa poderá criar seus próprios métodos, mas de acordo com o protocolo, algumas ações precisam ser feitas, como por exemplo, a higienização constante do ambiente, principalmente aqueles locais onde haja um contato coletivo, como maçanetas e telefones, os postos de trabalho precisam ser desinfetados após os turnos, é importante que seja disponibilizados postos com álcool em gel e que até mesmo haja certa restrição de um número muito grande de pessoas em locais fechados. Para o Engenheiro de Segurança do SESI/PB, Sávio Freire, um ponto importante do protocolo é no que se refere à comunicação, já que manter o colaborador bem informado é um passo fundamental nessa retomada das atividades. “Precisamos saber o que comunicar, como comunicar e onde comunicar. A empresa precisa ser um canal de informação fidedigna para que o trabalhador esteja, em conjunto, nessa ações”, afirmou. A Médica do Trabalho do SESI/PB, Mônica Castro, também considera a comunicação um fator importante nesse momento. “A empresa precisa se antecipar, divulgando em seus canais de comunicação, orientações para os seus trabalhadores, desde o que se trata, por exemplo, um caso suspeito, bem como o que deve ser feito diante de uma suspeita de contaminação pela Covid-19”, recomendou.
Além disso, Sávio Freire ainda pontua algumas adequações necessárias que precisarão acontecer para tornar a rotina de trabalho mais segura. “A rotina tem muito a ver com a cultura das pessoas e aí chamamos a atenção para o uso de máscaras, que virou algo importante, não só na empresa, mas também no deslocamento até ela. Isso é uma sinalização da Organização Mundial de Saúde. A higiene pessoal também é fundamental para que possamos prevenir essa doença”, completou.
Com a chegada do coronavírus, houve a introdução de um novo risco a saúde e assim, a população passou a ficar exposta ao vírus em qualquer lugar, sendo necessário o uso de alguns Equipamentos de Proteção Individual. Com a retomada das atividades, as empresas precisam reavaliar esses riscos e rever suas medidas preventivas. Para Sávio, é necessária uma gestão sobre isso na empresa. “Dentro do ambiente laboral, ela é responsável por esses novos fluxos e medidas e não pode deixar que se use qualquer máscara caseira, e precisa fazer com que se use, pelo menos, a máscara com três camadas, que é indicada pela OMS”, afirmou.
O eixo “Saúde” do protocolo “compreende um ciclo de cuidados com as pessoas na empresa”, de acordo Mônica Castro, e que tem como objetivo implementar um programa de gestão de saúde do trabalhador que inclui desde a orientação com relação a imunização, o monitoramento dos assintomáticos e dos casos suspeitos e orientações de retorno ao trabalho de pessoas que já foram infectadas. No que diz respeito a imunização, a médica explica que é importante se ter controle sobre isso para que haja um caminho mais prático na hora de diagnosticar uma síndrome gripal. “Nós sabemos que a Covid-19 é uma síndrome gripal e é de suma importância que outras síndromes gripais possam estar bem definidas para que a gente possa ter um diagnóstico diferencial. Então, quanto mais pessoas estiverem imunizadas contra o H1N1, por exemplo, mais fácil vai ser de diagnóstico diferencial em relação a essas patologias”, explicou.
O protocolo busca orientar, ainda, através de estudos a busca por soluções inovadoras para o melhor enfrentamento do vírus e assim, até mesmo, mudar protocolos já existentes, como o protocolo de tratamento da doença. O trabalho conjunto das áreas de Saúde e Segurança nas empresas é de suma importância na retomada das atividades, e para Mônica Castro, deve sempre existir. “É pela Segurança que os riscos são identificados e é pela área da Saúde que as consequências desse risco são acompanhadas com o trabalhador”, explicou.
Com isso, as adequações precisam acontecer no ambiente de trabalho para que a retomada das atividades seja segura, e então, o protocolo do SESI se torna um grande objeto de colaboração com as indústrias, já que dá suporte às empresas e aos colaboradores nesse retorno. Para Mônica, “o protocolo vai trazer para a indústria as melhores práticas e recomendações para que implementem e possam, neste momento, ter uma retomada tranquila em suas atividades”, concluiu.