O auditório da FIEP, em Campina Grande foi palco nesta quarta-feira, 30/11 de discussões sobre as tecnologias e inovações voltadas para a gestão da Saúde e Segurança no ambiente de trabalho. A programação foi parte do Simpósio de Saúde e Segurança do Trabalho realizado pelo SESI Paraíba.
“Agradecemos a todos os representantes de empresas, e também aos especialistas do SESI Nacional, e de vários departamentos Regionais a exemplo do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que vieram à Paraíba participar desse evento, colaborando com o debate sobre as tecnologias aplicadas na área de SST, que hoje tem uma representatividade significativa para as indústrias e empresas dos mais diversos segmentos. Precisamos sempre buscar mecanismos para fazer uma gestão eficiente dessa área, e isso começa pela ampliação dos investimentos, e também com iniciativas como esse Simpósio, onde estamos apresentando ferramentas uteis para ajudar o empresariado, a melhorar o ambiente de trabalho”, comentou Geisa Brito superintendente do SESI PB na abertura do evento.
No Simpósio, a gerente Executiva de Saúde e Segurança na Indústria do SESI Nacional, Katyana Aragão falou sobre a Estratégia Nacional de SST adotada pelo SESI. “A área de Saúde e Segurança na Indústria tem ganhado visibilidade e o SESI Nacional tem adotado estratégias a exemplo do SESI Viva Mais, que consiste numa plataforma de gestão de SST, que fornece as empresas um sistema com programas legais parametrizados, e isso acaba auxiliando o empresário a tornar o ambiente laboral mais produtivo e sustentável”, ressaltou.
Quem também participou da programação do evento foi o médico especialista do SESI Nacional, Claudio Patrus, que falou sobre o uso de tecnologias pelas empresas para tornar o ambiente laboral mais produtivo e saudável. “Hoje a tecnologia independe do tamanho da empresa, e também do número de funcionários dela. Qualquer empresa hoje pode ser beneficiada com as tecnologias e eu trouxe para o Simpósio essa discussão, mostrando tecnologias que já foram testadas para melhorar tanto as condições da indústria numa lógica de proteção, para atender requisitos legais, para diminuir afastamentos, para aumentar a produtividade, como também para que o colaborador consiga ter um local de trabalho seguro e saudável, explicou Cláudio Patrus.
O especialista falou ainda sobre a telemedicina, método utilizado pelo SESI, e que tem favorecido o diagnóstico da saúde, no ambiente de trabalho.
“No Brasil já temos a Telemedicina sendo utilizada em larga escala no pós pandemia. E Acredito que conseguiremos nos próximos anos alavancar ainda mais esse tipo de atendimento, mesmo existindo algumas barreiras do ponto de vista regulatório. Temos projeto de Lei que foi aprovado ontem no Senado, mas que ainda precisa de sansão presidencial, e alguns ajustes na Câmara Federal. Mas quando isso for ultrapassado, teremos uma massificação desse mecanismo, que veio para modificar a forma de cuidar da saúde, não apenas do trabalhador, mas de toda a população brasileira. O SESI tem um serviço nacional padronizado de telemedicina, onde fizemos um processo de escolha de uma plataforma que atendesse todas as características necessárias para isso, com profissionais capacitados para utilização, bem como ofertamos para a indústria, informações dentro dos painéis exclusivos do uso da telemedicina, o que é importante para o gestor das empresas, pois eles conseguem ter uma visão completa sobre a saúde dos trabalhadores”.
A coordenadora do Centro de Inovação do SESI de Santa Catarina, Marcela Purificação participou da programação, onde apresentou um Case de Saúde Mental, que utiliza um assistente virtual para diagnosticar a saúde mental dos colaboradores, através de um chatbot.
“Lá em Santa Catarina usamos uma assistente virtual, a Cora que foi desenvolvida inicialmente para trabalhar no início da pandemia, com o diagnóstico da COVID-19, através do levantamento de sintomas, só que depois percebemos que ela poderia ser usada em outras situações. E estamos usando, no diagnóstico da saúde mental, e percebemos que a tecnologia consegue otimizar o tempo e o trabalho dos profissionais da saúde, e com o uso da assistente virtual, a gente consegue classificar as pessoas, e criar uma forma do profissional de saúde envolvido priorizar aqueles pacientes com quadros clínicos mais graves, é uma forma de alcança grandes populações e criar uma priorização para os médicos e demais profissionais da área de saúde”, explicou a coordenadora.
Alongamento e informações sobre a Metodologia ASSTI
Dentro do Simpósio, a coordenadora de Saúde do SESI do Rio Grande do Sul, Fabiola Pietroski, iniciou a participação dela, convidando o público para participar de uma sessão de alongamentos. E na sequência fez uma apresentação sobre os resultados que a metodologia ASSTI, desenvolvida pelo SESI da Paraíba e aplicada de forma pioneira em 2019, no Rio Grande do Sul, trouxe para as empresas gaúchas.
“Em 2019 quando conhecemos a metodologia desenvolvida aqui na Paraíba, implantamos em 700 empresas, e nossa meta é que nos próximos anos, tenhamos 1350 empresas aderindo a ASSTI, porque percebemos que os indicadores que a metodologia traz dos trabalhadores da empresa, ajuda no combate ao absenteísmo, e também auxilia os empresários no tocante aos investimentos em Saúde e Segurança no ambiente de trabalho. É algo que mostra o quanto investir em SST gera retorno para o trabalhador, mas sobretudo para as empresas”, comentou Fabiola Pietroski.
Metologia do SESI PB é referência em diagnóstico da saúde do trabalhador
O supervisor de Promoção de Saúde do SESI PB, Fernando Melo, mostrou que a metodologia desenvolvida pelo SESI Paraíba, hoje utilizada em 20 estados brasileiros, tem se tornado um mecanismo fundamental na gestão de SST nas empresas. “Através da Metodologia ASSTI conseguimos monitorar 42 indicadores que permitem ao empresário identificar como é o estilo de vida dos seus funcionários, além dos fatores de produtividade e a percepção que eles têm da segurança no ambiente laboral. E isso mostra que investir em SST é influenciar o desempenho do trabalhador, através de uma gestão eficiente dos riscos, da produtividade, e da segurança no trabalho.
A ASSTI já está sendo aplicada por 20 departamentos regionais do SESI, entre eles Pernambuco, Piauí, Bahia, Maranhão, Paraíba e Ceará na região Nordeste, e em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Distrito Federal, no Centro-Oeste, além dos estados do Amapá, Acre, Pará, Roraima e Rondônia, no Norte, e Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e São Paulo no Sudeste e Sul do país.
Tecnologia Assistiva e a Inclusão no Mercado de Trabalho
O engenheiro de produção e supervisor de Tecnologia do SENAI de São Paulo, Gustavo Pina participou da programação, onde falou como a instituição tem colaborado para promover a inclusão através do desenvolvimento de tecnologias.
“O SENAI através do Instituto SENAI de Tecnologia Assistiva tem apoiado as empresas com um programa de inclusão que já foi premiado duas vezes pela ONU. Temos um time multifuncional de especialistas que vão até as empresas para analisar os postos de trabalho e identificar as oportunidades de adaptações e aquisições de tecnologias assistivas, e também realizamos treinamentos para sensibilizar as pessoas da empresa, e derrubar a barreira cultural que existe entre diversas outas etapas que vão desde o olhar externo do entorno da cidade onde a empresa possui suas unidades, até o interno na acessibilidade de como as pessoas vão se locomover entre as áreas de uso comum. Até chegar aos seus postos de trabalho, e conseguir desempenhar suas funções e ter essas oportunidades comuns a todas as pessoas”, explicou Gustavo Pina.
A programação foi encerrada com a participação da diretora técnica da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, Nadja Oliveira, que abordou sobre a “Incorporação de tecnologias para a Promoção da Saúde”.
“Temos atuado em parceria com diversas empresas paraibanas no desenvolvimento de Tecnologias voltadas a Promoção da Saúde, na Pandemia por exemplo, desenvolvemos a máscara face Shield que foi amplamente utilizada. E criamos dezenas de aplicativos voltados a saúde da população. Através da parceria com o SESI PB, criamos um Guia Digital de Nutrição para os trabalhadores da indústria, e temos disponibilizado essas tecnologias para as empresas paraibanas”, ressaltou Nadja Oliveira.
Programação Paralela
Durante o Simpósio, aconteceu ainda a DegustaTech, Feira de Degustação de Tecnologias, onde foram apresentadas inovações das áreas de Educação/Robótica, Higiene Ocupacional, Tecnologias Assistivas, Observatório da Indústria, Tecnologias para Promoção da Saúde e Metodologia ASSTI.
Na DegustaTech os visitantes puderem conhecer sobre a Metodologia ASSTI, e o Observatório da Indústria, que aponta os principais segmentos com potencial de investimento, dados econômicos da Paraíba, que auxiliam os empresários no momento de realizar novos investimentos, além de dados importantes sobre acidentalidade relacionada ao trabalho.
Além do SESI Educação que consiste numa mostra de projetos premiados que tem como objetivo tornar os processos industriais mais adequados à segurança e saúde dos trabalhadores. Um desses projetos é a esteira de higienização de hortifruti, com a proposta de tornar o processo mais seguro e eficaz, com agilidade e economia.
No estande da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba - PaqTcPB foram expostas tecnologias que são desenvolvidas pelas startups incubadas, demonstrando a capacidade inovadora que está na veia da instituição. Além do e-book de Orientação Nutricional desenvolvido em parceria com o SESI com dicas para os trabalhadores das indústrias e toda a sociedade.
E no estande do SENAI foram apresentadas tecnologias que trazem a realidade virtual como pano de fundo, com a apresentação de recursos que tornam o processo de inclusão de PcDs em ambientes de trabalho mais concisos, de forma a aproveitar o potencial de trabalho destes indivíduos resguardando suas limitações.